O Fundão é uma das 64 novas Cidades de Aprendizagem da UNESCO e o único município português eleito este ano pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO, na sigla em inglês) para se juntar à Rede Global de Cidades de Aprendizagem.

Além da localidade da Beira Baixa, foram escolhidas mais quatro cidades de países lusófonos – São Filipe, em Cabo Verde, e Curitiba, Leme e Recife, no Brasil -, que se juntam agora a uma lista com 356 membros de 79 países e da qual já da faziam parte 15 municípios portugueses: Câmara de Lobos, Mação, Cascais, Anadia, Lagoa (Açores), Praia da Vitória, Gondomar, Pampilhosa da Serra, Alcobaça, Setúbal, Cantanhede, Batalha, Loures, Ourém e Braga.

Este novo estatuto foi atribuído por um grupo de especialistas da UNESCO, que justificou a escolha com os “esforços excecionais para tornar a aprendizagem ao longo da vida uma realidade para todos a nível local”. Sobre o Fundão, a organização destacou o facto, desde 2012, se focar “em inovação territorial para atração de empresas tecnológicas, fomentando o empreendedorismo e promovendo a regeneração urbana” e, desde 2016, “ter ajudado mais de 253 requerentes de asilo e refugiados com programas de inclusão”.

Para o presidente da Câmara Municipal do Fundão, Paulo Fernandes, este selo atribuído ao município é “um claro reconhecimento do trabalho que tem sido desenvolvido e do forte compromisso que com a educação e com a aprendizagem ao longo da vida”. O autarca sublinhou a aposta “num projeto dinâmico e diversificado, que alia a tradição e a inovação, naquilo que se pode dizer que é um diálogo entre gerações, algo que também está na génese da Rede de Casas e Lugares do Sentir, um conjunto de espaços espalhados pelas freguesias e que honram os saberes e as tradições locais, mas conferindo-lhe novas roupagens”.

Paulo Fernandes lembrou ainda que, enquanto uma das Capitais Europeias da Inclusão e da Diversidade, o Fundão tem desenvolvido um projeto educativo que envolve “todos aqueles que agora chegam à nossa comunidade, oriundos das mais diversas regiões do mundo”. “Temos consciência de que aprendemos mais e melhor se nos abrirmos ao mundo e ao outro, se conseguirmos colocar-nos no lugar do outro”, acrescentou.

Já a Diretora-geral da UNESCO, Audrey Azoulay, lembrou que “as cidades são fundamentais para transformar o direito à educação numa realidade tangível para indivíduos de todas as idades”. “Com as novas admissões, a rede inclui agora 356 cidades de todo o mundo que partilham conhecimentos e abrem caminho a oportunidades de aprendizagem ao longo da vida para 390 milhões de cidadãos”, disse a responsável após a escolha dos novos membros da rede, no final da semana passada.

A criação da Rede das Cidades de Aprendizagem (Global Network of Learning Cities – GNLC) foi aprovada em 2013. Integra cidades capazes de responderem às necessidades de aprendizagem dos seus cidadãos, de utilizar os recursos de forma mais eficaz e assim promover a igualdade, a justiça social, manter a coesão social, e de criar uma prosperidade sustentável.