O Fórum Económico Mundial e quatro organizações parceiras lançaram, na semana passada, uma nova toolbox para escalar a descarbonização e a resiliência nas cidades. Esta caixa de ferramentas consiste numa plataforma de acesso livre e tem mais de 300 soluções urbanas concretas.

Durante uma sessão da COP27 dedicada às cidades e aos edifícios neutros em carbono, o Fórum Económico Mundial anunciou o lançamento de uma plataforma de livre acesso que pretende partilhar soluções capazes de acelerar a descarbonização urbana. Desenvolvida em conjunto com o National Institute of Urban Affairs, a Sustainable Energy for All, a Basel Agency for Sustainable Energy e o Electric Power Research Institute, a nova Toolbox of Solutions possui mais de 300 soluções que as cidades podem adoptar localmente.

“Apesar de a maioria das soluções para reduzir as emissões globais de carbono já existir, estas [soluções] não estão a ser adoptadas e escaladas com rapidez suficiente”, sublinha o Fórum Económico Mundial, em comunicado, realçando o “papel crítico” das cidades neste desígnio. Como tal, o consórcio, apoiado também pela parceira Accenture, seleccionou as melhores práticas para áreas como ambiente construído, infraestruturas de energia, transporte e gestão de água e resíduos, a partir de estudos de casos de 150 cidades.

Além de responderem à descarbonização, as soluções propostas têm como objectivo responder ao desenvolvimento económico, à criação de emprego e à melhoria da saúde, através da qualidade do ar e da água. Tudo isto, refere o Fórum Económico Mundial, tendo a perspectiva de potenciar a eficiência, a circularidade, a electrificação, a colaboração e a inclusão e justiça na transição climática

De modo a facilitar a pesquisa e a adopção de medidas mais personalizadas a cada contexto urbano, a plataforma permite escolher uma cidade específica e as suas áreas prioritárias, considerando em simultâneo características como densidade populacional, estado da rede eléctrica, PIB per capita.

Esta toolbox foi pensada ainda com a ideia de ser utilizada na série de workshops designada City Sprint, cujo propósito é ajudar a identificar novos caminhos e novas parcerias público-privadas para a implementação de projectos. Segundo o Fórum Económico Mundial, esta iniciativa, no âmbito da qual já se realizaram, no último ano, dez City Sprints, irá continuar no próximo ano.

“A mudança climática e os seus impactos não estão vinculados por jurisdições e requerem uma abordagem colaborativa. Partilhar as responsabilidades por todos os players – em várias escalas de planeamento e implementação – é a chave para o caminho da descarbonização”, realça Hitesh Vaidya, do National Institute of Urban Affairs, em comunicado.