A cidade de Aveiro prepara-se para receber uma semana cheia de tecnologia, mas também arte e cultura, durante a 4.ª edição da Aveiro Tech Week, realizada entre 2 e 8 de outubro. Já a partir da próxima segunda-feira, o evento convida a descobrir e a experimentar dezenas de atividades, todas gratuitas, como conferências e workshops, instalações artísticas, demonstrações, exposições, uma área gaming, cinema insuflável e competições tecnológicas, entre outras propostas.

O objetivo é “desafiar o público a conhecer o que tem sido realizado na área da transição digital da cidade e a razão pela qual Aveiro se posiciona cada vez mais como o epicentro da rota Cultural e Tecnológica, ao mesmo tempo que convida a vivenciar experiências únicas e inesquecíveis”, diz o município aveirense, que organiza o evento.

Entre os principais destaques do programa está o Techdays, um evento composto por cinco áreas principais – Tech Sessions, Workshops, Exposições e demonstrações, Gaming e Educação -, cada uma distribuída por vários dias e diferentes locais da cidade. No caso das Tech Sessions, as já celebres conversas com oradores de vários quadrantes, acontecem entre 2 e 4 de outubro no Teatro Aveirense. Durante esses três dias, governantes locais e nacionais, investigadores, responsáveis de empresas e outros especialistas vão debater a importância da tecnologia na gestão das cidades e as repercussões que ela pode ter na melhoria da qualidade de vida dos cidadãos.

Logo na segunda-feira, a sessão de abertura junta o Presidente da Câmara de Aveiro, José Ribau Esteves, o Secretário de Estado da Digitalização e da Modernização Administrativa, Mário Campolargo, o reitor da Universidade de Aveiro, Paulo Jorge Ferreira, o Diretor de Estratégia de Inovação e Digital da Altice Labs, João Paulo Firmeza e o Presidente da Inova-Ria, Rui Lopes. Na terça-feira, há uma conferência dedicada à indústria dos semicondutores e microeletrónica, enquanto na quarta-feira debate-se o tema “Cidade: Dados abertos e cibersegurança”, com a presença, entre outros, do Diretor de Inovação e Desenvolvimento da Polícia Judiciária, Paulo Sanches, e de André Zúquete, investigador e professor da Universidade de Aveiro.

Também os workshops, entre 2 e 5 de outubro, são dedicados a diferentes temáticas, como a mobilidade autónoma e conectada, a transição digital na cadeia de valor do habitat, a cibersegurança, a Inteligência Artificial (IA) ou a Rede Nacional de Test Beds na perspetiva de Aveiro enquanto polo de inovação.

A cidade é um palco de experimentação

A exemplo das anteriores edições, as ruas e praças do centro da cidade voltam a tornar-se numa zona de exposições ao ar livre para dar a conhecer algumas das mais recentes novidades do setor da tecnologia e das cidades inteligentes. Na Praça da República e no Largo do Mercado Manuel Firmino estarão os projetos finalistas do concurso Aveiro Tech City Challenges, com soluções que vão da IA aplicada à deteção automática de acidentes até à analítica de mobilidade urbana, passando pela gestão de infraestruturas desportivas. Ao mesmo tempo, mostram-se inovações tecnológicas de parceiros do evento, como são os casos do Digital Nervous System desenvolvido pela Ubiwhere (empresa sedeada em Aveiro) ou de um sistema de deteção automática de travagem em veículos, que utiliza a rede de sensores do Aveiro Tech City Living Lab. Também as forças de segurança vão demonstrar algumas inovações tecnológicas, junto ao Fórum Aveiro, enquanto nos Claustros da Igreja da Misericórdia será possível experimentar um modelo de óculos de realidade aumentada (Aveiro Brush VR) que convida a pintar ícones aveirenses de forma imersiva.

Já o Parque de Exposições de Aveiro transforma-se, mais uma vez, numa enorme área de gaming, com cerca de 5 mil metros quadrados. Entre 6 e 8 de outubro, o Pavilhão B vai receber torneios (em palco e em livestream), performances, uma exposição com novidades do setor, além das zonas para experimentação, palestras e sessões de autógrafos com influenciadores e streamers.

Como sempre, a educação é outra vertente prioritária do evento, que procura levar a tecnologia e a cultura aos mais novos, passando pelas escolas do concelho, mas também por outros locais da cidade. Assim, as crianças e jovens vão ter oportunidade de contactar com equipamentos e dinâmicas STEAM (Ciência, Tecnologia, Engenharia, Arte e Matemática), bem como saber mais sobre a iniciativa Tech Lab, já presente em dezenas de estabelecimentos de ensino do município. Entre as propostas educativas estão, por exemplo, um workshop que desafia a dar os primeiros passos no mundo da programação e outro sobre programação e robótica, ambos na Casa Municipal da Cidadania, bem como o Open Day Escola Ciência Viva, a decorrer na Fábrica Centro Ciência Viva. Muito aguardada pelas crianças é também uma das novidades desta edição – o Cinema Insuflável -, sala itinerante que promete levar a magia da sétima arte até ao Largo do Mercado Manuel Firmino.

A Aveiro Tech Week também procura novos talentos, nomeadamente através da Hackaton, uma maratona tecnológica que convida os participantes a desenvolver soluções inovadoras e disruptivas. Este ano há três desafios, apresentados por outras tantas empresas do ecossistema de Aveiro. O primeiro – “Visualização imersiva de dados para smart cities” – implica o desenvolvimento de um conceito e protótipo a integrar numa plataforma urbana, enquanto o segundo – “Smart Shower” – procura ideias para equilibrar o conforto de um duche com a poupança energética. Já o terceiro – “Aveiro CityHack” – pretende desenvolver soluções de implementação de um serviço e/ou aplicação para smart cities, tendo como base a plataforma do Aveiro Tech City Living Lab. O vencedor de cada desafio recebe 5 mil euros.

Luz, cor e sombra

De 4 a 7 de outubro, Aveiro enche-se de luz durante o PRISMA / Art Light Tech, um festival no âmbito da Tech Week que propõe um roteiro pela cidade com várias instalações de arte contemporânea, em que a luz assume protagonismo cénico, ao mesmo tempo que passa uma mensagem. Estre ano, esta viagem imersiva é dedicada à relação entre a Humanidade e Natureza e tem por título “No Problemo”, “uma expressão irónica vista ultimamente em peças de vestuário e muito popular nos anos 90 devido a um filme onde um ciborgue surgia do futuro para salvar a humanidade (de si própria)”, explica a organização.

A programação conta com 18 obras de artistas de oito nacionalidades, para ver primeiro em ambiente fechado (dias 4 e 5 de outubro) e depois (dias 6 e 7) pelo espaço público da capital. Entre elas está, a peça FLUX, uma instalação composta por rochas suspensas, acionadas por um mecanismo, que contam a história de um curso de água invisível. Para ver na Sala Estúdio do Teatro Aveirense. Já ao ar livre, destaca-se, por exemplo, uma escultura de luz – batizada com o nome Masha – que serve de intervenção crítica perante a guerra na Ucrânia. Para isso, o autor, Marek Kvetan, criou uma matriosca gigante que será deixada num espaço público de Aveiro, mais concretamente o Largo Dr. Jaime Magalhães de Lima.

Fotografias: © Aveiro Tech Week