A Comissão Europeia (CE) anunciou, nesta terça-feira, quatro propostas para apoiar o sector da mobilidade a atingir os objectivos do Pacto Ecológico Europeu. Melhorar a conectividade, modernizar a rede de transporte e promover a multimodalidade fazem parte da estratégia adoptada para tornar a mobilidade mais eficiente, acessível e sustentável.
Trata-se do segundo pacote de medidas da CE, que surge no seguimento da publicação da Estratégia de Mobilidade Inteligente e Sustentável, lançada no final de 2020. O objectivo é semelhante – apoiar a transição para uma mobilidade mais limpa, verde e inteligente –, mas os alvos destas medidas mais recentes focam-se numa maior eficiência e sustentabilidade para encaminhar o sector para a redução de 90% das emissões de carbono até 2050.
Com uma maior ênfase na sustentabilidade da mobilidade urbana, a CE quer facilitar um sistema de transporte multimodal eficiente no qual seja mais fácil escolher diferentes opções de transporte. Por isso, faz um apelo às 424 cidades principais da Rede Transeuropeia de Transportes (RTE-T) para que desenvolvam planos de mobilidade urbana sustentável focados na neutralidade carbónica, através da aposta no transporte público, na mobilidade suave e na criação e modernização de interfaces multimodais.
Para ajudar as autoridades locais e regionais a levar a cabo estas acções, a proposta europeia indica opções de financiamento e aponta para o desenvolvimento, em 2022, de planos de apoio aos agentes urbanos pelos Estados-Membros.
Visando a promoção do uso de ferrovias e vias navegáveis interiores, por passageiros e para cargas, a CE quer aumentar a conectividade das ligações. Assim, afirma que os canais e rios devem assegurar boas condições de navegação durante um número mínimo de dias por ano.
Em relação às ferrovias, a CE solicita que, até 2040, as ferrovias de passageiros da RTE-T possam circular a, pelo menos, 160 km/h. De modo a reforçar ligações, diminuir tempo das viagens e estimular, também com bilhetes mais acessíveis, viagens transfronteiriças, Bruxelas avança com 2040 como uma nova data limite intermediária para acelerar a ampliação da rede. Em particular, quer que se completem novas conexões ferroviárias de alta velocidade tais como entre Porto e Vigo e entre Budapeste e Bucareste.
Outra das medidas passa por disponibilizar mais infra-estruturas alternativas para reabastecimento e pontos de recarga e por apoiar a criação de novas tecnologias digitais de apoio aos condutores. Quanto às necessidades operacionais de transporte de carga, a CE responde com a criação de nove “Corredores de Transporte Europeu”, onde se incluem ferrovias, rodovias e vias navegáveis interiores. Entre as solicitações, a CE pede comboios mais longos para que a carga possa ser transportada neste veículo com menor impacto ambiental e pede ainda que os camiões possam ser transportados nos comboios em toda a RTE-T.
Para Franz Timmermans, vice-presidente do Pacto Ecológico Europeu, as propostas anunciadas “colocam a mobilidade europeia no caminho para um futuro sustentável”.