A construção em Braga de um sistema de BRT (Bus Rapid Transit), também chamado de metrobus, vai dar os primeiros passos ainda este ano. De acordo com o ministro do Ambiente e da Acção Climática, Duarte Cordeiro, o concurso público deverá ser lançado no último trimestre de 2023.

Durante a apresentação do BRT Braga, realizada esta quarta-feira, o governante adiantou que o projecto terá um investimento de 100 milhões de euros, já inscrito no Plano de Recuperação e Resiliência (PRR). O executivo admite que o final da empreitada aconteça apenas no segundo semestre de 2026, uma previsão mais conservadora que a da autarquia, cuja estimativa inicial apontava para o ano de 2025.

“Este é um programa importante para a política de descarbonização do Governo e para a melhoria da mobilidade desta região”, disse Duarte Cordeiro, lembrando que os autocarros rápidos do sistema serão livres de emissões de gases poluentes, o que poderá representar quase 2.000 toneladas de dióxido de carbono a menos. Já o presidente da câmara de Braga, Ricardo Rio, afirmou tratar-se de um investimento fundamental para a cidade e para a região, com uma “solução revolucionária” que irá responder a um “conjunto de problemas” que afectam a mobilidade local.


O BRT irá ligar vários pontos geradores de mobilidade na cidade, inicialmente através de duas linhas, numa extensão de 12,5 km. Uma delas fará a ligação entre a Estação de Comboios e o Hospital de Braga através das Avenidas Imaculada Conceição, João XXI e João Paulo II. Já a outra ligará a Avenida Robert Smith à Estação de Comboios através das Avenidas Frei Bartolomeu dos Mártires, Padre Júlio Fragata e António Macedo, com passagem ainda pelo CCTB e pela Praça Conde de Agrolongo.

O sistema irá funcionar com 10 autocarros articulados (a adquirir), que irão circular quase sempre em vias exclusivas e, nas palavras do ministro Duarte Cordeiro, poderão “duplicar a actual velocidade comercial”. Numa fase posterior, deverão ser construídas mais duas linhas, altura em que a rede passará a ter um total de 22,5 km.

BRT de Guimarães à espera de financiamento

Se o metrobus de Braga já está inscrito no PRR, em Guimarães o processo está mais atrasado. Ainda assim, o ministro Duarte Cordeiro garantiu que o projecto da Cidade-berço também vai sair do papel: “o Estado compromete-se que vai haver um BRT em Guimarães. Quando estiverem concluídos os estudos procuraremos inscrevê-lo nas fontes de financiamento existentes”.

Para já, foi assinado um protocolo entre o Fundo Ambiental e a autarquia, que dará seguimento aos estudos técnicos do projecto, e outro entre os municípios de Guimarães e Braga, relativo à ligação dos sistemas BRT entre as duas cidades. Recorde-se que o presidente da câmara vimaranense, Domingos Bragança, já tinha apresentado ao ministro da Mobilidade uma ideia de execução assente num sistema de metrobus ou de metro ligeiro de superfície, dividida em duas fases: ”a primeira que ligará a cidade de Guimarães, Fermentões, Silvares, Ponte e Vila das Taipas, e depois, numa segunda fase, Vila das Taipas ao sistema de mobilidade de Braga”.

Por ocasião da iniciativa “Governo + Próximo”, foi ainda assinado um terceiro protocolo, entre o Ministério do Ambiente e da Acção Climática, o Ministério da Coesão Social, o Quadrilátero Urbano (Barcelos, Braga, Famalicão e Guimarães), a CIM do Ave e a CIM do Cávado, dedicado à implementação de um sistema de intermobilidade concelhia, tanto para pessoas como para mercadorias.

Na cerimónia, a Ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, realçou a convergência de ideias entre todos os agentes, numa região muito importante para o desenvolvimento nacional: “os nossos autarcas disseram muito claramente o que era prioritário, e foi isso que deu início a todo o processo. Há aqui um pólo de desenvolvimento que temos que dar a conhecer ao país, pois trata-se de um ecossistema que dá um enorme contributo à economia nacional”.

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Fotografia 2: CM Braga