Depois de ter conquistado dois prémios na 10.ª edição do concurso Apps For Good, a Healthcare Support Center venceu agora os Prémios App Start Up, entregues na passada quinta-feira durante o Portugal Digital Summit. Mas afinal, que solução é esta que tem suscitado tanto interesse e reconhecimento? Trata-se se um sistema de monitorização e suporte remoto médico em tempo real, que funciona 24 horas por dia, através da implementação de sensores de humidade colocados na cama ou nos lençóis de uma pessoa hospitalizada ou acamada.
Este sistema foi criado por três alunos do curso profissional de informática da Escola Secundária de Tondela – Matilde Machado, Carlos Soares e Joel Dias – e a ideia surgiu depois de uma visita que este último fez à avó no hospital. “Ao encontrá-la urinada na cama, fiquei a pensar nisso e, mais tarde, em conversa com o nosso professor, tentámos encontrar uma solução para esse problema”, contou à Smart Cities Joel Dias, de 17 anos.
Juntos, criaram sensores capazes de enviar notificações para uma aplicação, também desenvolvida pelos jovens, que avisa as equipas de enfermagem sempre que uma determinada cama ou roupa está molhada. Ao mesmo tempo, é acionado um aviso luminoso junto à cama que serve de alternativa ou ajuda a reforçar a informação.
“Este projeto passou por uma validação no hospital Tondela-Viseu e a enfermeira chefe explicou-nos que o atendimento mais rápido pode ajudar a evitar úlceras de pressão. Além disso, alertou-nos para os elevados níveis de mortalidade em idosos por causa das ondas de calor, por isso decidimos juntar também um sensor de temperatura que liga o ar condicionado sempre que o quarto atinge uma determinada temperatura”, explicou o professor Paulo Nogueira, diretor do curso profissional de instalação e gestão de redes.
O docente revelou à Smart Cities que a Secundária de Tondela já conquistou outros prémios de inovação, “o que explica bem o envolvimento e o entusiasmo dos alunios”. No ano passado também venceu a 12.ª edição do programa Wanted com o projeto Smart Feed Pets, um alimentador automático para animais de companhia, desenvolvido com recurso a tecnologia IoT. E porque as ideias parecem fervilhar naquela escola, os alunos já estão a pensar desenvolver uma nova solução, desta vez “destinada ao aproveitamento da água pluvial para fins menos nobres, como lavar o carro ou regar o jardim”.
Quanto ao futuro do Healthcare Support Center, Joel Dias afirmou que talvez venha a ter alguns aperfeiçoamentos, enquanto Matilde Castro, também com 17 anos, admitiu que gostaria de ver este equipamento noutros hospitais do país. “Seria um orgulho, porque este é um projeto com capacidade para ajudar muita gente e hoje em dia não há nenhum equipamento igual”, afirmou a aluna. “Além disso, já tivemos uma universidade de Lisboa que se mostrou interessada no projeto e disse que estaria disponível para nos ajudara a fazer os sensores”, concluiu.