Portugal quer fazer das deslocações a pé e de bicicleta “a forma mais popular para percorrer curtas distâncias”, mas quer fazê-lo com a complementaridade do transporte público. No passado dia 28 de Março, foi apresentada a Estratégia Nacional para a Mobilidade Activa, tendo sido definida uma meta de 7,5% de deslocações em bicicleta em Portugal, em 2030 – face aos 0,5% contabilizados em 2011. Foi ainda destacado o investimento de cerca de 750 milhões de euros na compra de novo material para os transportes públicos e na expansão e melhoria do serviço prestado aos utilizadores.

Serão, no total, 300 milhões de euros a investir na construção de ciclovias até 2030, com o objectivo de aumentar a expressão da bicicleta nas deslocações urbanas. Dos 0,5% contabilizados em 2011, o Governo pretende passar para os 7,5% de deslocações em bicicleta até 2030. O investimento faz parte do Programa Nacional de Investimentos e já durante o mês de Abril deverá ser lançado o primeiro concurso, no valor de oito milhões de euros, para “a construção das primeiras ciclovias por promoção municipal”.

A estratégia para levar mais portugueses a optar pela bicicleta não passa, contudo, apenas pela construção de ciclovias. Da estratégia anunciada pelo Governo, consta ainda a introdução de aulas de bicicleta para todos os alunos do ensino básico.

Lançado no mês passado, o Bike Friendly Index – um índice que mede o grau de preparação dos municípios portugueses para a utilização da bicicleta enquanto modo de transporte – concluiu que Portugal ainda tem um longo caminho a percorrer e que o investimento na criação de infra-estrutura ciclável, realizado durante os últimos três anos – de aproximadamente 46 milhões de euros –, é “francamente insuficiente”.

A apresentação da Estratégia Nacional para a Mobilidade Activa foi presidida por António Costa e pelo ministro do Ambiente e da Transição Energética, João Pedro Matos Fernandes, tendo sido o Barreiro o palco da cerimónia, que contou com a entrega do primeiro dos 60 autocarros a gás que vão renovar e ampliar a frota dos Transportes Colectivos do Barreiro – que até agora dispunham de uma frota composta por 39 viaturas.

Para além da apresentação de medidas de promoção da mobilidade suave, ou seja, das deslocações a pé e de bicicleta, o dia serviu também para destacar a aposta do Governo no transporte público, que, para o executivo, deve ser entendido de modo integrado e complementar com as deslocações em bicicleta. A aquisição de 709 autocarros eléctricos e a gás – num investimento nacional de 200 milhões de euros –, a redução dos preços dos transportes colectivos, a expansão da rede de metropolitano do Porto, a aquisição de novas composições para a CP ou a compra de 10 novos navios para a travessia do rio Tejo, em Lisboa, foram algumas das medidas destacadas pelo primeiro ministro e pelo ministro do ambiente e da transição energética no Barreiro. Segundo João Matos Fernandes, terão sido entregues em todo o país, até ao momento, 138 novos autocarros.