A Mealhada recebeu a 10.ª edição do Smart Travel, evento que juntou autarcas, técnicos e especialistas em dois dias de troca de experiências e reflexão sobre a sustentabilidade dos territórios, dos concelhos e das comunidades.

“Há sempre a preocupação de trazer pessoas de fora, pessoas que acrescentem alguma coisa sobre estes assuntos. Os próprios autarcas, técnicos e pessoas que vêm aqui aproveitam a experiência”, explica Vítor Pereira, coordenador do evento, que terminou ontem.

O Smart Travel, “o encontro mais antigo e prestigiado dedicado à promoção do conceito de smart cities em Portugal”, mais do que uma reunião de especialista, é uma plataforma de partilha do que se vai fazendo pelo país e pelo mundo.  “Somos confrontados com tantas mensagens formatadas e engarrafadas, que temos pouco espaço para ir mais fundo, pensar mais um bocadinho, refletir… No Smart Travel desmontamos completamente o paradigma da venda de que toda a gente está à espera e pomos as pessoas a falar honestamente umas com as outras, a criar laços de amizade, de contacto… E depois as coisas fluem naturalmente, os negócios e as parcerias acontecem”, sublinha Vítor Pereira, cronista da Smart Cities.

Pela Mealhada, passaram nos últimos dois dias oradores de diversas áreas. Quinta-feira, os trabalhos concentraram-se no Cineteatro Messias, onde Olga Dzieciątkowska, diretora do Smart City Lab da cidade polaca de Poznan, falou dos projetos em desenvolvimento naquela urbe a três horas de distância da capital, Varsóvia. A abertura dos dados dos transportes públicos em tempo real foi uma das medidas com maior impacto na vida da cidade polaca e explicadas ao auditório Smart Travel.

Seguiu-se um painel dedicado à temática das “Cidades e Territórios” que contou com a presença de representantes dos municípios de Peniche, Aveiro, Lourinhã, Funchal e Mealhada. A pressão do turismo na vida das cidades, a desmaterialização dos serviços autárquicos e o envolvimento dos cidadãos nas políticas de território foram algumas das temáticas abordadas.

Jae Yeon Choe, professora e investigadora na Glasgow Caledonian University, refletiu, depois, sobre a importância do turismo de bem-estar, espiritual e religioso no contexto dos destinos e cidades inteligentes.

“A Importância da Criação e Afirmação de Marcas Territoriais”, por Cristóvão Monteiro, do Centro Estratégico de Inovação Territorial, e “Como pode a entorno natural ser o palco perfeito para aventura e descoberta”, por Domingos Pires, da empresa de animação turística Portugal NTN, abriram os trabalhos da parte da tarde.

O trabalho de empresas e startups foi o tema do segundo painel de debate, sobre “Stakeholders, Tecnologias e Soluções”.

“Criatividade e Estratégia” foram as ferramentas que serviram de mote à conversa que juntou, depois, a bióloga Helena Freitas, o urbanista Luís Manata e Silva e a especialista em mobilidade e planeamento do território, Paula Teles, com Leonor Rodrigues (Windows of the World), Hélder Bruno (Cherry Blossom) e Nicola Henriques (Silos Contentor Criativo).

Jorge Saraiva, especialista no impacto da transição digital nas economias locais, na sociedade e na política, encerrou o Smart Travel 2024, colocando em perspetiva as diversas correntes de inteligência da atualidade na apresentação “Os desafios da tecnologia num mundo sem cidadãos”.