A Câmara Municipal de Castelo Branco congratula-se com a decisão da UNESCO de acolher Castelo Branco na Rede de Cidades Criativas da Unesco, na categoria Artesanato e Artes Populares, com o Bordado albicastrense. A partir de agora, Castelo Branco integra formalmente um grupo restrito de cidades que valoriza as gentes, a cultura e o futuro assente na tradição. Porque para se construir um futuro sólido, é preciso conhecer e acarinhar o passado. O desafio passa agora por levar a todo o mundo a criatividade presente nesta e outras artes e disseminá-las para garantir um futuro sustentável.

Castelo Branco lançou-se na candidatura à integração da Rede de Cidades Criativas da UNESCO em 2022, vendo todos os seus esforços serem recompensados. Este é o reconhecimento mundial da importância do Bordado de Castelo Branco, uma arte secular que é um dos símbolos da cidade e da região. Os bordados são uma expressão da identidade cultural e da criatividade do povo albicastrense.

A integração dos bordados locais na Rede de Cidades Criativas é uma excelente plataforma para o desenvolvimento de parcerias promotoras da inovação, das indústrias culturais e criativas, e de atividades económicas ligadas à manufatura, promovendo também a coesão social do concelho. Após uma fase de menos fulgor no século XIX, o primeiro quarto do século XX assistiu ao renascimento do tradicional bordado de Castelo Branco, cuja produção terá registado o seu período mais fértil no século XVIII.
A entrada de Castelo Branco na Rede de Cidades Criativas da UNESCO é um importante passo para a valorização e promoção do Bordado de Castelo Branco. Esta distinção contribui para a divulgação da arte albicastrense a um público mais alargado, e para um desenvolvimento sustentável.

Os bordados albicastrenses são caracterizados por um estilo único e inconfundível, com motivos florais e geométricos que são bordados em cores vivas. São utilizados para decorar uma grande variedade de peças de vestuário, têxteis e objetos de decoração.

Castelo Branco passa a integrar um grupo restrito de cidades de todo o mundo que se destacam pela criatividade e pela capacidade de valorizar o património cultural.
De acordo com Helder Henriques, Vice-presidente do Município de Castelo Branco e coordenador de todo o processo de candidatura, “estamos perante uma oportunidade única. Esta candidatura representa uma visão para o território ancorado naquilo que temos de mais genuíno e autêntico. Este é o elemento agregador de toda uma estratégia de desenvolvimento territorial que tem como objetivo de longo prazo dar resposta a desafios como a melhoria da qualidade de vida, o desenvolvimento de uma economia do conhecimento e de proximidade e a sustentabilidade demográfica.

A partir desta distinção e integração na Rede de Cidades Criativas da Unesco desenvolver-se-á, desejavelmente, um ecossistema criativo, centrado na diversidade, tecnologia, empenhado na sustentabilidade, na inclusão social e na regeneração urbana, bem como estimulará a atratividade de Castelo Branco do ponto de vista cultural e turístico numa rede global que é a das Cidades Criativas”.

E acrescenta que “as cidades são ecossistemas que devem dialogar em rede, com o objetivo de promover o seu desenvolvimento integrado, onde a criatividade humana aparece como principal motor de desenvolvimento, alinhados com os ODS. Nunca fez tanto sentido um diálogo profícuo entre os processos potenciadores da globalização e a valorização dos contextos locais, fatores que a Rede de Cidades Criativas da UNESCO potencia”.

O reconhecimento da Unesco ao integrar Castelo Branco na Rede de Cidades Criativas não constitui, importa reconhecê-lo, o trabalho desta ou daquela pessoa. Representa um trabalho e uma estratégia que também vem de anteriores iniciativas, infraestruturas e atividades que permitiram reforçar e alcançar este objetivo. Este tipo de candidatura só é possível com os parceiros públicos e privados que acreditaram no projeto e com todas as instituições e pessoas que contribuíram de modo direto ou indireto para o mesmo.

A Câmara Municipal de Castelo Branco agradece ao empenho do Sr. Presidente da Comissão de Honra, General António Ramalho Eanes, pelo interesse evidenciado ao longo de todo o processo de candidatura. Agradecemos às bordadoras e a todos os artistas que desde o primeiro momento instigaram ao desenvolvimento das diversas atividades. Um agradecimento especial também à APPACDM, parceira fundamental neste processo, à DGARTES que ajudou a refletir sobre as temáticas, às instituições de ensino superior, com destaque para o Instituto Politécnico de Castelo Branco e Universidade da Beira Interior, à ADRACES que esteve sempre disponível, ao IEFP cujo contributo foi inexcedível para continuar a garantir o futuro do bordado de Castelo Branco, à Associação Amato Lusitano e à Albigec, bem como a todos aqueles que subscreveram a carta de princípios.

Este não é um projeto da Câmara Municipal de Castelo Branco, este é um projeto do território, um projeto coletivo e transformador, a longo prazo, que permitirá a Castelo Branco ir ao encontro de novas oportunidades e novos sentidos tendo como desígnio maior os Albicastrenses.

O texto acima é da responsabilidade da entidade em questão, com as devidas adaptações.