A mobilidade urbana é dos mais importantes fatores na vida diária da comunidade. Dela depende, muitas vezes, o acesso ao emprego, à educação, à saúde e à habitação, sendo fundamental para uma vivência plena da cidade. 

Também os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, da Organização das Nações Unidas, refletem esta consciência de que a mobilidade é muito mais do que a mera forma de nos deslocarmos. Criados em 2015, estes objetivos desdobram-se em 169 metas que plasmam a importância da mobilidade urbana. 

Em 2023, continuamos a refletir sobre a importância da mobilidade urbana para as comunidades, deixando para trás várias décadas de prioridade ao automóvel. Nas vilas e cidades, os desafios passam pela concentração da população com a consequente sobrecarga sobre as infraestruturas, o que nos leva a ter de repensar a manutenção de ruas e passeios, a requalificação dos espaços para novos usos que considerem a deslocação através de modos suaves e a reorganização do trânsito, dada a presença constante e excessiva do automóvel. 

Em Torres Vedras, há um movimento pendular diário importante para Lisboa que se faz, em grande medida, de autocarro. Mas ao chegar à cidade o automóvel continua a ser, para muitos munícipes, a única maneira de fazer o percurso final para casa. É precisamente nestes pontos das redes de transportes públicos que precisamos de pensar no futuro porque, como disse, a mobilidade é uma parte fundamental do direito à habitação e, de um modo geral, à qualidade de vida dos cidadãos. 

Este investimento em transportes públicos deve, ainda, contemplar a modernização da Linha do Oeste, com a ferrovia a poder assumir um papel fundamental para o futuro mais sustentável das populações da região. 

Em Torres Vedras, sensibilizamos para a importância da mobilidade suave e criamos as condições necessárias para converter ainda mais viagens de automóvel de curta e média duração para modos de transporte mais amigos do ambiente, da saúde e da cidade. Através do nosso Plano de Ação de Mobilidade Urbana Sustentável, mobilizámos os investimentos previstos pelo Portugal2020 nesta matéria para nove operações na cidade. 

Foi nesse âmbito que ampliámos a rede de ciclovias urbanas (destinada, essencialmente, a deslocações entre casa e o local de trabalho ou de estudo) e a rede de bikestations, as estações para levantamento das bicicletas públicas Agostinhas (numa homenagem a Joaquim Agostinho, que também começou por utilizar a bicicleta para se deslocar da sua residência para o local de trabalho). 

O incentivo à utilização da bicicleta alia-se a uma rede de percursos pedonais cómodos e seguros. O mapa “metro minuto” de Torres Vedras mostra precisamente como nos podemos deslocar até aos mais variados serviços a pé, caminhando pela cidade e chegando ao destino em poucos minutos. 

Em Torres Vedras, acreditamos que estas condições de mobilidade são essenciais para poderemos viver e usufruir em pleno de uma cidade que prima pelo bem-estar e pela qualidade de vida de quem aqui vive, estuda e trabalha. 

As opiniões expressas são da responsabilidade dos autores e não reflectem necessariamente as ideias da revista Smart Cities.