No dia 26 de julho às 16h, no jardim do Goethe-Institut, em Lisboa, terá lugar o debate público presencial que leva ao público a discussão sobre a temática da Justiça Ambiental Urbana. A discussão foi iniciada num workshop no âmbito do ciclo Retomar a Cidade, organizado pelo Goethe-Institut Portugal e a Fundação Friedrich Ebert em Portugal, no ano em que Lisboa é Capital Verde Europeia e que, ao mesmo tempo, enfrenta novos desafios no planeamento urbano devido às consequências da pandemia.

O debate contará com a presença de uma participante do workshop, Margarida Marques (Associação Rés-do-Chão), a quem se juntarão Roberto Falanga (investigador na área de processos participativos no ICS-UL) e Miguel Correia Pinto (Movimento pelo Jardim do Caracol da Penha). A moderação ficará a cargo da jornalista Margarida David Cardoso, do projeto de jornalismo independente Fumaça.

Esta conversa vai dar continuidade às questões e propostas elaboradas ao longo do workshop, que decorreu num formato online entre especialistas nacionais e internacionais e representantes de várias iniciativas de Lisboa.

Será possível planear cidades mais amigas do ambiente envolvendo as necessidades de todas as partes das populações urbanas e, se sim, como pode esse envolvimento funcionar na prática? Como podem, tanto os processos de criação de espaços verdes, como o seu uso, ser verdadeiramente justos, inclusivos e colaborativos?

Estas questões estiveram no centro do debate ao longo do workshop,  no qual incidiu um grande enfoque sobre a necessidade de tornar os processos de tomada de decisão para a criação de uma cidade mais verde verdadeiramente participativos. Só desta forma seria possível planear e criar espaços verdes que não sejam apenas bonitos, contribuindo para a eco-gentrificação dos bairros em questão, mas que realmente sirvam as comunidades à sua volta.

Um documento que resume os assuntos e as questões levantadas no workshop online servirá de base para o debate que visa também apresentar exemplos positivos que possam servir de inspiração para dar resposta aos desafios atuais.

São estas algumas das questões que servirão de ponto de partida a esta conversa. A fim de garantir que todas as medidas de prevenção da Covid19 possam ser implementadas, o número de participantes neste evento é limitado e é obrigatória a inscrição prévia através do site do Festival Jardins Abertos. O uso de máscara é obrigatório durante o evento.

 

Biografias:

Margarida David Cardoso, 25 anos, natural da aldeia de Macieira da Lixa, em Felgueiras. Jornalista do Fumaça, um meio de comunicação independente, progressista e dissidente dedicado ao jornalismo de investigação em áudio. Interessa-se por temas relacionados com Direitos Humanos, Saúde e Emergência Climática.

Roberto Falanga é doutorado em Sociologia pela Universidade de Coimbra, e atualmente investigador no Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa. A sua investigação foca-se na análise das práticas participativas em diversos âmbitos de atuação governamental. Integra projetos de investigação nacionais e internacionais, é membro da comissão científica do Doutoramento em Estudos de Desenvolvimento, e docente do novo mestrado em Design Sustentável na Universidade de Lisboa. Colabora desde 2014 com o Pelouro do Desenvolvimento Local e Habitação no âmbito do programa BipZip, e desde 2020 com o Pelouro do Planeamento, Urbanismo, Relação com o Munícipe e Participação no âmbito dos processos participativos da Câmara Municipal de Lisboa.

Miguel Correia Pinto integra o Movimento pelo Jardim do Caracol da Penha, um grupo que em 2016 propôs a criação de um espaço verde em Arroios onde antes se projetava a construção de um parque de estacionamento e venceu o Orçamento Participativo de Lisboa com a maior votação de sempre. O ativismo, porém, já vinha de trás, tendo sido membro da direção da Associação ILGA Portugal entre 2005 e 2014, e não parou, tendo em 2019 integrado o Movimento Jardim Martim Moniz e o Stop Torre 60m Portugália. Com formação na área da Economia e um MBA, é atualmente doutorando em Políticas Públicas no ISCTE-IUL. As suas áreas de trabalho são a gestão, com enfoque nas áreas da engenharia e da inovação, e a comunicação.

O texto acima é da responsabilidade da entidade em questão, com as devidas adaptações.