Estima-se que exista um potencial de redução entre 20% a 25% no consumo de combustível, apenas pela prática de uma condução mais eficiente e adequada às tecnologias dos automóveis. A “eco-condução” pode justamente ser considerada como um importante passo rumo a uma mobilidade mais sustentável, com vantagens económicas e ambientais. Além da sua aplicação nos hábitos diários de cada automobilista, a implementação de técnicas de condução eficiente assume especial relevância no setor dos transportes e ao nível empresarial. Incluem-se aqui não só as operadoras de transporte público, mas também outros serviços assentes na rodovia como estafetas, taxistas, transportadoras, frotas empresariais, escolas de condução, etc.

Uma simples decisão, como reduzir a velocidade em auto-estrada de 120km/h para 100km/h, pode significar uma poupança de 20% no combustível. Já a utilização do ar condicionado pode representar um consumo adicional de 20%, pelo que é aconselhável, no Inverno, aproveitar o calor gerado pelo sistema de arrefecimento do motor (vulgo chauffage) e, no Verão, usar o ar condicionado só acima dos 80km/h. Por sua vez, circular com uma pressão dos pneus inferior a 0,5 bar aumenta o desgaste, a insegurança e também o consumo do veículo em cerca de 5%. Um acréscimo semelhante pode verificar-se pelo transporte de bagagem ou carga desnecessária, como barras ou bagageiras no tejadilho.

A par dos cuidados a ter nestas situações específicas, a própria condução corrente deve ser suave, evitando arranques ou travagens bruscas. É aconselhável que, durante a aceleração, seja sempre feita a troca de mudança: entre as 2000 e 2500 rotações por minuto (rpm) nos motores a gasolina e entre as 1500 e 2000 rpm nos motores a gasóleo.

Há ainda que evitar as situações ao ralenti, o chamado “ponto morto”, vulgarmente usado nas descidas: um automóvel gasta aproximadamente 1 litro de combustível por hora neste modo (cerca de 0,7 litros/hora num veículo a gasóleo). Apesar de muitos automóveis mais recentes estarem equipados com o sistema ‘start/stop’, nos casos em que este não existe deve-se desligar o motor em paragens superiores a 30 segundos ou 1 minuto. Por fim, também a forma como se estaciona pode fazer a diferença: uma vez que os veículos consomem mais nos primeiros 3 km e também quando circulam de marcha atrás, o ideal é evitar a conjugação destas duas situações e estacionar de modo a podermos sair de frente.

Além de permitir uma condução mais agradável, suave e segura, a eco-condução tem efeitos diretos na economia de combustível do veículo, traduzindo-se num maior rendimento do mesmo e, consequentemente, num menor desgaste. Em termos ambientais, isto significa uma menor procura de consumo de recursos naturais e também menos emissões poluentes associadas a cada deslocação.

 

A publicação deste artigo integra-se numa parceria entre a revista Smart Cities e a Quercus – Associação Nacional de Conservação da Natureza, com vista à promoção de comportamentos mais sustentáveis.