O município de Valongo é um dos vencedores do prémio europeu Green Leaf 2022. A cidade portuguesa recebeu ontem a distinção da Comissão Europeia, vendo, assim, os seus esforços pela sustentabilidade ambiental reconhecidos no palco internacional. Numa cerimónia que teve lugar em Lahti, Finlândia, Winterswijk, nos Países Baixos, juntou-se a Valongo para receber a mesma distinção, enquanto Tallin, na Estónia, foi eleita como Capital Verde Europeia 2023.

Dirigido a municípios que tenham entre 20 mil a 100 mil habitantes, o prémio europeu Green Leaf é uma iniciativa da Comissão Europeia (CE) que visa reconhecer o compromisso destes territórios na persecução dos melhores resultados ambientais, nomeadamente no que se refere aos esforços para o crescimento verde e a criação de emprego. Os municípios vencedores recebem, cada, um prémio financeiro de 200 mil euros para aplicar em iniciativas que dêem continuidade aos trabalhos feitos em matéria de sustentabilidade ambiental.

Nesta edição, Valongo, que tem cerca de 60% do seu território coberto por floresta, sendo a maioria propriedade privada, convenceu o júri internacional pelo trabalho realizado no envolvimento dos cidadãos em processos participativos e também pela demonstração de um “forte” compromisso político, avança o comunicado da CE. O apoio prestado pelo município a cidadãos mais vulneráveis do ponto de vista económico na transição ecológica e a cooperação com outros municípios vizinhos para a preservação da natureza foram também argumentos a favor da cidade portuguesa, aponta a mesma fonte. Entre as iniciativas que contribuíram para esta vitória, a autarquia destaca também os projectos municipais de eficiência energética, a implementação de hortas biológicas urbanas, o sistema de recolha de resíduos porta-a-porta e a criação das associações intermunicipais Parque das Serras do Porto e Corredor do Rio Leça.

Presente remotamente na cerimónia esteve o presidente da câmara municipal de Valongo, José Manuel Ribeiro, que se mostrou “orgulhoso” com a atribuição do prémio, encarando-o como “um incentivo para continuar a fazer mais e melhor”. “Combater as mudanças climáticas, defender os nossos valores, garantir liberdade, garantir democracia, proteger o nosso único lar, o planeta Terra, é o maior desafio que temos para as próximas décadas”, afirmou o autarca.

Autarca de Valongo participou remotamente na cerimónia. ©https://www.facebook.com/EuropeanGreenCapitalAward

Valongo é o segundo município português a alcançar esta distinção, depois de Torres Vedras, que venceu o prémio na sua edição inaugural em 2015. Para o título de 2022, a cidade portuguesa e Winterswijk destacaram-se entre as 30 candidaturas recebidas, perante um júri composto por representantes da CE, do Comité das Regiões, do Gabinete do Pacto dos Autarca, da Agência Europeia do Ambiente e das redes Eurocities e ICLEI.

Para cidades com mais de 100 mil habitantes, na competição pelo prémio de Capital Verde Europeia, em 2023, Tallin sucede a Grenoble (2022), Lahti (2021) e Lisboa (2020), recebendo 600 mil euros para apoiar acções e medidas que apoiem o trajecto da cidade com vista à sustentabilidade. A governança verde, a interligação de objectivos estratégicos alinhados com o Pacto Ecológico Europeu e os esforços na preservação da biodiversidade colocaram a capital estoniana na frente da corrida ao prémio europeu. Em breve, Tallin vai também liderar uma recém-criada rede de 19 cidades europeias cujo objectivo é implementar os Objectivos para o Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas.

Até hoje, 13 cidades europeias já foram reconhecidas como Capital Verde Europeia, um prémio que existe desde 2011. Por sua vez, o Green Leaf Award arrancou em 2015, e, desde então, duas vilas ou cidades europeias recebem anualmente esta distinção e os respectivos prémios financeiros. Todos os anos, vencedores e finalistas de ambas as competições juntam esforços numa rede que pretende partilhar conhecimento, experiências e boas práticas que possam vir a ser disseminadas e replicadas noutras cidades.