Grenoble vai ser Capital Verde Europeia de 2022. A cidade francesa conseguiu convencer o júri com uma descida dos níveis de poluição de 25% entre 2005 e 2016 e com a meta de reduzir para metade as emissões de gases com efeito de estufa até 2030. A nomeação  foi anunciada numa cerimónia apresentada a partir de Lisboa e com participações à distância de toda a Europa.

Grenoble superou as finalistas Dijon (França), Tallinn (Estónia) e Turim (Itália) e sucede a Lisboa, actual Capital Verde Europeia, e à cidade finlandesa de Lahti, que, no próximo ano, ostentará o título europeu. O júri responsável pela atribuição do galardão ficou “impressionado” com a “abordagem pioneira” do município francês em matéria de gestão climática e, entre outras medidas, com a implementação de “áreas silenciosas” na cidade para enfrentar os desafios colocados pela poluição sonora. O anúncio foi feito numa cerimónia a partir de Lisboa, que serviu igualmente de palco ao anúncio das cidades vencedoras do prémio Green Leaf de 2021, atribuído à cidade búlgara de Gabrovo e ao município finlandês de Lappeenranta.

Ao ser nomeada Capital Verde Europeia, Grenoble recebe um incentivo financeiro da Comissão Europeia de 350 mil euros, destinados à preparação da programação da edição de 2022. Em 2005, foi a primeira cidade francesa a adoptar um plano climático municipal, que resultou numa descida efectiva das emissões de gases com efeito de estufa em 25% até 2016 – até 2030, a descida deverá alcançar os 50%. Com várias medidas adoptadas em áreas como a mitigação das alterações climáticas, mobilidade urbana sustentável e o desempenho energético, a cidade alcançou níveis de utilização de bicicleta “impressionantes”, através de incentivos à aquisição de bicicletas, como acontece em Lisboa, e a medidas como a pedonalização de ruas e a redução das velocidades máximas. O estabelecimento de “bairros ecológicos” na cidade, numa estratégia que “ganhou prémios nacionais” e encoraja à abertura ao público de jardins privados e à implementação de jardins verticais, assim como a aposta no transporte público eficiente e na qualidade dos espaços públicos, foram factores decisivos na atribuição do título europeu, revela a Comissão Europeia em nota de imprensa.

As cidades de Gabrovo e Lappeenranta, ao serem premiadas com o Green Leaf 2021 – um prémio destinado a reconhecer a estratégia verde de cidades com população entre os 20 mil e os 100 mil habitantes -, recebem, cada uma, 75 mil euros. Gabrovo foi reconhecida pelo seu compromisso, durante a última década, com a eficiência energética e a implementação de tecnologia limpa, enquanto que Lappeenranta destacou-se pela procura de um “modelo de cidade verde” e por servir de casa a uma universidade responsável por investigação e inovação em áreas como a sustentabilidade, energias limpas e economia circular.