O URBACT, programa europeu de cooperação territorial dedicado ao desenvolvimento urbano e sustentável, aprovou 10 Redes de Transferência de Inovação, destinadas à transferência de projetos entre cidades. O objetivo é replicar casos de sucesso que tinham sido financiados no âmbito das Ações Urbanas Inovadoras e adaptá-los em municípios de outros países.
Estas novas redes, anunciadas na passada sexta-feira, reúnem 61 parceiros de 19 países e Portugal é o segundo com mais parceiros aprovados, sete no total. São eles o município de Aveiro, a Associação Quadrilátero Urbano (que junta Barcelos, Braga, Famalicão e Guimarães), a Comunidade Intermunicipal da Região de Coimbra, a GAIURB (empresa municipal de Gaia) e os municípios da Maia, Vila Nova de Gaia e Serpa.
Portugal apenas é superado em número de parceiros pela Espanha, com oito, enquanto a Grécia também tem sete e a Itália conta com seis. Das 10 redes, a maioria integra novos parceiros (64% do total), bem como cidades de média dimensão. A pobreza energética, a segurança e a cultura/herança cultural são as temáticas mais presentes.
Entre os portugueses, Aveiro é o único parceiro líder de uma rede, eleito para transferir o projeto Aveiro STEAM City às cidades de Płock, na Polónia, Alytus, na Lituânia, e Oulo, na Finlândia, além da associação dinamarquesa Business Kolding.
Por sua vez, a Associação Quadrilátero Urbano vai replicar o projeto ToNite, criado pela cidade de Torino, em Itália, com o objetivo de melhorar a perceção de segurança urbana ao final da tarde e à noite.
Já Vila Nova de Gaia terá ligação a duas redes. Uma, liderada pela região de Bruxelas, tem como parceiro a GAIURB e está relacionada com o setor da habitação e a promoção de simbioses sociais e geracionais, enquanto a outra irá adaptar um projeto de Milão dedicado ao bem-estar das crianças e dos jovens.
A receção e integração de migrantes e refugiados é o foco do projeto replicado pela CIM da Região de Coimbra (liderado pela cidade neerlandesa de Utreque), enquanto o município da Maia junta-se a Getafe (Espanha) com vista ao desenvolvimento de ações de combate à pobreza energética. Por fim, a cidade alentejana de Serpa replica um projeto de Chalandri (nos arredores de Atenas) ligado à regeneração urbana através da água.
Esta nova geração de Redes de Transferência de Inovação começa a trabalhar em conjunto a partir de 1 de setembro, seguindo o método de transferência URBACT que assenta em três fases: “Compreender, Adaptar, Reutilizar”. Assim, o primeiro passo é trabalhar na consolidação dos objetivos da parceria, “envolvendo as partes interessadas locais e desenvolvendo uma compreensão profunda do projeto original”. Seis meses depois, a partir de 1 de março de 2025, as redes passam à fase “Adaptar”, “selecionando os elementos mais relevantes da prática original e adaptando-os ao seu contexto local, mas também preparando o terreno para o desenvolvimento de planos de investimento”. Na última etapa, que começa a 1 de março de 2026, as redes de transferência de inovação deverão concluir os respetivos planos de investimento e difundir os principais ensinamentos.
O programa URBACT, já na sua quarta edição, é financiado pela União Europeia, através do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER)
Fotografia de destaque: CM Aveiro