Transformar a Natureza numa sala de aula é a proposta feita pelo Centro Regional de Excelência em Educação para o Desenvolvimento Sustentável da Área Metropolitana do Porto (CRE.Porto) e que levou já 43 escolas do Grande Porto a experimentar a metodologia. A terceira edição do projecto Natureza é a melhor Sala de Aula (NSA) está, agora, a decorrer, e convida docentes e instituições de ensino a aproveitar os benefícios de aprender ao ar livre.
Nos 17 municípios da Área Metropolitana do Porto (AMP), mais de 1500 alunos já puderam experimentar a “educação na Natureza”. A abordagem assenta na lógica de Forest School e teve origem na Dinamarca e Suécia, nos anos 1950, e que tem milhares de adeptos em todo o mundo. No contexto nacional, os primeiros passos foram dados em 2017, sendo que o projecto do CRE.Porto arrancou em 2018/19. Desde então, a iniciativa tem desafiado docentes e instituições de ensino, desde o pré-escolar ao secundário, a testar esta nova forma de aprendizagem.
O projecto recorre a oito guiões orientadores, ajustados aos diferentes níveis de ensino e com base nas aprendizagens essenciais e competências transversais do perfil do aluno à saída da escolaridade obrigatória. Nos segundo e terceiro ciclos, assim como no ensino secundário, os guiões focam-se em cinco áreas disciplinares – Ciências da Natureza, Educação Visual, Biologia e Geologia, Físico-Química e Geografia –, explica o portal do CRE.Porto.
Quais os benefícios?
De acordo os especialistas, a Natureza proporciona estímulos, desafios e recursos pedagógicos aos alunos, sendo também uma forma de os mais jovens passarem mais tempo ao ar livre, combatendo, assim, o sedentarismo infantil e os problemas associados. O contacto com a Natureza tem também benefícios para a saúde psicológica e um efeito positivo na capacidade de aprendizagem, nos processos cognitivos e socioemocionais. Em contexto pandémico, como o actual, o ensino ao ar livre pode também ser uma alternativa para diminuir o risco de contágio por Covid-19 nas salas de aula.

De forma a promover a metodologia, a britânica Forest School Association desenvolveu um guia no qual explica como “criar” uma escola de floresta.
O CRE.Porto é uma rede para a promoção da Educação para a Sustentabilidade, composta por entidades públicas e privadas e coordenada pela Área Metropolitana do Porto e pela Universidade Católica Portuguesa, no Porto.