Portugal e Lituânia são os Estados-Membros da União Europeia (UE) que mais usam o automóvel nas suas deslocações, com 89% e 90%, respectivamente, dos quilómetros realizados em terra a serem feitos recorrendo a este modo de transporte. Os portugueses são, também, dos que menos gastam em viagens turísticas. As conclusões são referentes a 2016 e constam da publicação digital “People on the move”, desenvolvida pelo Eurostat com o objectivo de perceber os hábitos de mobilidade e deslocação dos cidadãos europeus.

Nas contas globais da UE, 83% dos quilómetros realizados por terra recorreram ao automóvel e 9% ao autocarro, ficando o transporte por via férrea na terceira posição, com 8% de utilização do comboio. Estes valores foram apurados pelo Eurostat, a instituição europeia responsável pela recolha e publicação de dados estatísticos da UE, numa publicação digital tornada pública no passado dia 9 de Julho e que revela a forma como as pessoas dentro dos vários Estados Membros se deslocam.

É em Portugal e na Lituânia que os cidadãos mais recorrem ao automóvel particular para as suas deslocações e menos dos transportes colectivos. Enquanto em Portugal mais de 89% dos quilómetros de deslocações são percorridos pelo automóvel particular e apenas 4,2% e 6,7% são feitos em comboio e autocarro, respectivamente, na Hungria, o peso dos autocarros nas deslocações é de 21,7% e do comboio 9,3%. Na Áustria, registam-se os mais elevados níveis de utilização do comboio, com 12,1% dos quilómetros percorridos através dos caminhos de ferro.

A publicação divide os dados apurados em quatro grandes capítulos. No que diz respeito às pessoas que entram e saem da União Europeia – com dados respeitantes a movimentos migratórios, à nacionalidade e à aquisição de autorizações de residência -, conclui-se que 7,8% dos cidadãos apresentam nacionalidade diferente do país em que residem.

No comunicado de apresentação da publicação, lê-se que “na Europa de hoje, as pessoas movem-se mais que nunca”, seja devido à migração, educação, trabalho ou turismo.

No capítulo que respeita às pessoas que estudam e trabalham fora dos seus países de origem, verifica-se que 1,3 milhões de europeus vivem num país da UE e trabalham noutro, sendo que o sector profissional em que mais se cruzam fronteiras entre país de residência e de trabalho é o da construção civil. Verifica-se, ainda, que 4,3% das pessoas empregadas dentro da União Europeia não são cidadãs da UE.

Por fim, no capítulo respeitante às viagens dos cidadãos na UE, a publicação revela que, em 2017, 62% da população realizou pelo menos uma viagem turística, o mesmo que dizer 267 milhões de pessoas. Em Portugal, esta percentagem foi de apenas 42,2% dos cidadãos nacionais. Neste ano, a média europeia para gastos em viagens turísticas foi de 382 euros, sendo que este número chegou aos 779 euros para os cidadãos suecos e ficou-se pelos 150 euros para os cidadãos portugueses, número próximo dos cidadãos romenos, aqueles que menos gastam (134 euros).

A publicação do Eurostat pode ser consultada livremente aqui.