62% dos participantes de um inquérito nacional considera que as cidades portuguesas estão pouco ou nada preparadas para estratégias de regeneração da natureza. O resultado faz parte de um trabalho divulgado pela Associação Smart Waste Portugal (ASWP), que procurou saber a opinião dos cidadãos sobre a capacidade dos municípios em fazer a transição para uma economia circular. Por sua vez, 14% acredita que as cidades estão moderadamente preparadas e apenas 2% defende que estão muito preparadas.
Outra questão do inquérito procurou saber qual é o principal desafio para a implementação da economia circular em Portugal e, neste caso, as opiniões dividiram-se mais. Enquanto 35,5% respondeu ser a falta de conhecimento e formação, 29% refere a resistência cultural e organizacional. Já para 22% das pessoas os custos elevados são o principal fator a ter em consideração.
“A transição de uma economia linear para uma economia circular pressupõe que a extração de recursos dê lugar à sua regeneração e à construção de capital natural. As estratégias regenerativas representam, assim, um papel essencial para que seja possível manter os materiais e produtos em uso durante o máximo tempo possível na economia, reduzir o desperdício e devolver os recursos ao solo, preservando a biodiversidade”, diz a Smart Waste Portugal num comunicado.
Os resultados do inquérito surgem no âmbito da conferência “Regenerar o Futuro: Estratégias para Cidades e Indústrias Circulares”, organizada pela associação no dia 26 de novembro, em parceria com a Fundação de Serralves.
“Este encontro vai abordar a importância da Regeneração, princípio fundamental da Economia Circular, reunindo especialistas para discutir os desafios e, sobretudo, as soluções que já existem, e como podem estas ser escaladas, no âmbito das cidades e das indústrias”, refere a ASWP.
O evento vai decorrer no Auditório do Museu de Serralves, no Porto, e tem início às 14h00. Segue-se a sessão de abertura com Ana Pinho, presidente do conselho de administração da Fundação de Serralves; Aires Pereira, presidente da direção da Associação Smart Waste Portugal; e Filipe Araújo, vice-presidente da Câmara Municipal do Porto.
O autarca volta a participar no painel “Cidades Circulares”, juntamente com Guta Moura Guedes, presidente da ExperimentaDesign; Helena Freitas, diretora do Parque de Serralves; e Leonor Picão, diretora do Turismo de Portugal.
Antes disso, acontece a apresentação da keynote speaker Tanya Jimenez, senior cities strategist da Circle Economy, que abordará a economia circular nas cidades. Já Rafael Campos Pereira, vice-presidente da CIP – Confederação Empresarial de Portugal, será o orador principal na temática da circularidade da indústria. Esta também estará em debate num painel com a participação de António Isidoro, presidente da Soja de Portugal; João Pedro Azevedo, da Amorim Cork Composites; Luís Almeida, da Logoplaste; e Paulo Sousa, da Colep Packaging.
Tempo ainda para ouvir Luísa Magalhães, diretora executiva da Associação Smart Waste Portugal, que falará sobre como “Dar Voz a uma Economia Circular”, enquanto a sessão de encerramento estará a cargo do secretário de Estado do Ambiente, Emídio Sousa.
As inscrições custam 60€ para o público em geral, 30€ para os sócios da ASWP e fundadores de Serralves e 20€ para os estudantes.
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