A Área Metropolitana de Lisboa (AML) e a NOVA Information Management School (NOVA IMS) estão a preparar uma Estratégia de Inovação para a região. Os trabalhos, que incluem a participação dos 18 municípios, arrancaram em Janeiro e espera-se que, no final do ano, possa ser colocado em marcha um plano de acção que permita a experimentação de “iniciativas inovadoras” e a disseminação de políticas de inovação em todo o território metropolitano.
A acção resulta na contratação de serviços de consultadoria especializada entre as duas entidades e visa a criação colectiva, com os municípios da AML – Alcochete, Almada, Barreiro, Amadora, Cascais, Lisboa, Loures, Mafra, Moita, Montijo, Odivelas, Oeiras, Palmela, Seixal, Sintra, Sesimbra, Setúbal e Vila Franca de Xira –, de um projecto de desenvolvimento e implementação para uma estratégia de inovação que coloque “a região em rotas e plataformas estratégicas internacionais, criando um ecossistema de inovação colaborativa metropolitano que permita acelerar os drivers da competitividade e coesão”, refere fonte da AML. Ao desenvolver um conjunto de “outputs e inputs de inovação de alto valor acrescentado”, o projecto tem como ambição tornar o território da AML “propício” à criação de dinâmicas mais inovadoras, fomentando a atracção de talentos e de empreendedores. Com isso, a autoridade metropolitana tem também a expectativa de que a região possa ser reconhecida no exterior como “um território com qualidade de vida, ambiente favorável à criatividade, co-criação e geração de ideias”.
Preparar a abordagem metropolitana, em rede, ao próximo quadro comunitário, Portugal 2030, e uma “maior coesão interna” são também ambições da iniciativa. Nesse sentido, a AML espera que o projecto contribua para o “reforço da capacitação institucional para modelos de governação mais flexíveis, participados e colaborativos, activando, justamente, estratégias de cooperação win-win que ditarão, de acordo com a vontade colectiva dos 18 [concelhos], a evolução dos processos de inovação no futuro da AML e, da sua possível replicação ao conjunto do território nacional, robustecendo, também a essa escala, a coesão do país”.
Estratégia vai estar em apreciação em Junho
A apresentação de uma versão preparatória da estratégia para apreciação dos municípios deverá acontecer em Junho, avança à Smart Cities Paula Afonso, innovation manager da AML. Até lá, e porque “o projecto está ancorado num processo de colaboração, cooperação e responsabilidade partilhada”, há trabalho “colectivo” a fazer.
A iniciativa está dividida em quatro etapas – diagnóstico, plano estratégico, plano de acção e estratégia de implementação/monitorização – e encontra-se, actualmente, na fase de desenvolvimento do plano estratégico. Para tal, foi já criado um Grupo de Trabalho Metropolitano para a Inovação, composto por representantes de todos os municípios da AML, e cujo propósito será “a partilha de experiências, capacitação e disseminação de conhecimento urbano”, conta.
Ao mesmo tempo, desde Janeiro, a AML e a NOVA IMS têm organizado acções para a auscultação quer dos municípios da região, quer de especialistas de diversas áreas relacionadas com a inovação e transição digital, incluindo as smart cities e as smart regions*. Estes contributos serão integrados no desenho da Estratégia, “que estará para apreciação dos municípios e dos peritos em meados de 2022, para que se possam integrar todos os contributos, acrescentar novos, fazer sugestões, porque este trabalho é, justamente, uma produção de um colectivo a 18”, diz a responsável.
Neste âmbito, foram já realizados sete workshops nos quais participaram cerca de 70 representantes dos municípios da AML. Os encontros tiveram como propósito a “geração de ideias”, assim como a discussão sobre o “estado da arte e o caminho que colectivamente se pretende seguir”. Por sua vez, a auscultação de peritos foi feita através de reuniões temáticas que abordaram o papel do digital na sua relação com o sector criativo como “veículo fertilizador” para a inovação. Para além da inteligência territorial, o capital simbólico da região e as principais políticas públicas internacionais e regionais para a inovação fizeram também parte dos debates com especialistas.
“Pretende-se que esta experiência seja geradora de um ambiente de confiança institucional favorável à construção de soluções para desafios e problemas urbanos comuns, reforçando a capacidade de atracção dos territórios com soluções inovadoras, sustentáveis e exequíveis que integrem transversalmente as diferentes dimensões do desenvolvimento e que, em coerência com os planos regionais, nacionais e europeus, tendo presente as especificidades de cada concelho, prepare o território, a diversas escalas, para os desafios que se colocam, abrindo caminho para uma abordagem em rede e preparando, paralelamente, de forma consistente a abordagem metropolitana ao próximo Quadro Comunitário 2030”, conclui a responsável da AML.
*a revista Smart Cities foi uma das entidades que participou nesta reunião temática