Braga, Porto e Guimarães estão entre as 122 cidades à volta do mundo que a organização Carbon Disclosure Project (CDP) classificou como líderes na acção e transparência climáticas. A lista anual de cidades com um desempenho classificado, em 2022, como nível “A” foi divulgada ontem.
À semelhança dos últimos anos, Braga e Porto voltam a integrar, em 2022, a “lista A” elaborada pela CDP, cujo objectivo é sinalizar e celebrar as cidades que são, simultaneamente, transparentes no reporte de estratégias e dados relativos ao clima e coerentes ambientalmente nas suas acções urbanas. A estas cidades, junta-se, neste ano, um outro território português – o município de Guimarães.
No total, esta quinta edição do ranking da CDP destaca 122 cidades por todo o mundo. Trata-se de uma lista com várias estreias: não só é um número superior ao do ano passado (95), sendo que quase metade dos integrantes são novos, como, pela primeira vez, inclui cidades de vários países do hemisfério Sul e uma do terceiro país com mais emissões de gases com efeitos de estufa, Mumbai, na Índia.
Para chegar a este resultado, a CDP analisou, também pela primeira vez, mais de mil cidades (1 002), o que, para a organização, demonstra que “se está a criar, claramente, um momentum crescente na transparência e na acção [climáticas]”. Desta análise, 12 % dos territórios acabaram por ser distinguidos pelo seu desempenho climático, sendo que estas cidades líderes reportam, em comparação com as restantes que não alcançam a lista A, “três vezes mais medidas de adaptação e mitigação” quanto às alterações climáticas.
Representação europeia na Lista A decresce
No ano passado, 37 cidades europeias tinham sido sinalizadas, colocando o continente como o segundo com maior representação. Em 2022, este número caiu, com 21 cidades mencionadas nesta lista de liderança, entre as quais Atenas, Barcelona, Paris, Oslo, Hague, Trondheim, Vantaa, além das portuguesas. A propósito do Porto, em particular, a CDP sublinha como positivo “o contrato de 46 Gwh de electricidade da cidade para toda a infraestrutura municipal ser 100 % verde”.
Apesar do decréscimo na representação europeia, Mirjam Wolfrum, Director Policy Engagement, Europe no CDP, disse estar “satisfeito por ver várias cidades importantes à volta da Europa a chegarem-se à frente e a tomarem a sério o seu papel na crise climática”. Com a COP27 a terminar, o responsável reforçou a ideia de que espera que “a acção significativa, eficiente e baseada na ciência” levada a cabo por estas cidades seja um “exemplo” para aumentar a ambição da acção climática.