Foram identificadas em Portugal 63 áreas com risco potencial significativo de inundações, o que pode afetar mais de 100 mil habitantes, só em território continental. As zonas de maior risco situam-se sobretudo no litoral do país. Os dados são da Agência Portuguesa do Ambiente (APA) que identificou 63 zonas de risco, 47 de origem fluvial e 16 de origem costeira. 

A identificação teve por base “a compilação da informação sobre as ocorrências entre 2011 e 2018 e as suas consequências, nomeadamente em termos de vidas humanas, em número de desalojados, impactes nas atividades económicas, no património e no ambiente”, indica José Pimenta Machado, presidente da APA. 

Mapa divulgado pela Agência Portuguesa do Ambiente com a indicação das zonas de risco.

Através de uma publicação na rede social Linkedin, o responsável recorda que os planos existentes para reduzir os riscos de cheias estão “atualizados e foram publicados a 22 de abril de 2024”. 

José Pimenta Machado espera agora que os Planos de Gestão dos Riscos de Inundações (PGRI) sejam “vertidos para os Instrumentos de Gestão Territorial, especialmente ao nível dos municípios”.   

“O programa de medidas constitui uma das peças mais importantes do Plano de Gestão dos Risco de Inundações, foram identificadas cerca de 600 medidas, considerando que são técnica e economicamente viáveis, que permitem atingir uma redução do risco através da diminuição das consequências prejudiciais potenciais para a saúde humana, atividades económicas, património cultural e meio ambiente”, escreve o presidente da APA na publicação. 

O plano aprovado este ano em Conselho de Ministros traz algumas novidades, em relação ao documento anterior (2016-2021). Foram incluídas as áreas costeiras, foi alargado o critério de área de identificação de zona de risco de inundações e passaram a ser considerados os efeitos negativos na saúde humana e no ambiente, por exemplo. 

Grande parte das medidas incluídas no plano serão financiadas pelo PT2030, sendo que já existem vários avisos abertos.  

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