O Pólo de Inovação em Engenharia de Polímeros (PIEP) participa atualmente em mais de 30 projetos de investigação, desenvolvimento e inovação na área dos polímeros sustentáveis, dos quais cinco são internacionais e outros estão inscritos em agendas e pactos do PRR (Plano de Recuperação e Resiliência). Estes projetos, com um montante de financiamento no valor de 14 milhões de euros, testemunham a liderança, compromisso e a capacidade do PIEP para criar soluções ecologicamente seguras, com foco no desenvolvimento de novos polímeros reciclados, biopolímeros e materiais biocompostáveis.
Trata-se de um conjunto de projetos inovadores, que reúnem as equipas de especialistas do PIEP e parceiros, sendo alguns desenvolvidos em consórcio com várias entidades, tendo como objetivo reduzir os resíduos de materiais plásticos e promover práticas sustentáveis na indústria, rumo à economia circular. Entre os vários projetos que contam com a intervenção deste centro de tecnologia e inovação líder estão o “Olivepit” e o “Ecoboard”, duas iniciativas pioneiras que trazem avanços significativos na área dos materiais sustentáveis, e o “ValorNature”, projeto desenvolvido em colaboração com a Galiza.
O projeto Olivepit, desenvolvido em colaboração com a Sovena, tem o seu foco na transformação e valorização de caroços de azeitona, um subproduto natural da produção de azeite, em polímeros biodegradáveis. Este projeto visa reduzir e reutilizar o desperdício agrícola ao mesmo tempo que cria alternativas biocompostáveis aos plásticos tradicionais, estando a ser estudado para utilização pela indústria do calçado, para a produção de moldes para sapatos.
O projeto Ecoboard, do qual é parceiro a IKEA Industry Portugal, empresa sueca de mobiliário, explora usos inovadores de resíduos como materiais sustentáveis na produção de placas para o transporte de móveis, oferecendo uma alternativa sustentável ao aglomerado de madeira convencional. O Ecoboard promete revolucionar a maneira como se podem utilizar os recursos, impulsionando a transição global para uma economia circular e diminuindo a pegada ecológica.
A destacar também o ValorNature, um projeto liderado pelo PIEP, que envolveu mais de 50 instituições e empresas do Norte de Portugal e da Galiza para a valorização de subprodutos agroflorestais, marinhos e extrativos em áreas-chave da economia, como automóvel, aviação, naval, construção e desporto. Entre os mais de 30 produtos criados, salientam-se viseiras a partir de cabides usados; trotinetas com laminado de madeira e carbono; novos recipientes para cosmética; móveis diferenciados; cabides reciclados para a Adolfo Dominguez, entre tantos outros criados a partir de materiais como biomassa de giesta, tojo, vide, oliveira, kiwi, casca de mexilhão, pó de pedra e resíduos industriais.
Bruno Pereira da Silva, Coordenador de Economia Circular e Ambiente, partilhou o seu entusiasmo pelo potencial destes projetos, inscritos na atividade abrangente do PIEP como centro de tecnologia e inovação fundamental para apoiar as empresas a enfrentar o desafio global da transição climática, do qual o consumo do plástico e dos seus resíduos são parte integrante: “Com a aposta nos polímeros sustentáveis, estamos não apenas a expandir os limites da investigação científica, mas também a colaborar com empresas líderes da indústria para criar soluções que agregam inovação e valor acrescentado para o mundo real. Projetos como estes demonstram o nosso compromisso com o desenvolvimento de materiais e soluções tecnológicas que respondam às necessidades atuais e de futuro da nossa sociedade, ao mesmo tempo que promovem a economia circular e protegem o ambiente para as gerações futuras.”
O texto acima é da responsabilidade da entidade em questão, com as devidas adaptações.