Quando, em breve, pudermos todos voltar a trabalhar no escritório, usar o transporte público, visitar um museu, promover um fim-de-semana turístico ou assistir a um concerto, o número de pessoas nas ruas vai aumentar. Como vamos, então, tratar os transportes urbanos? Como vamos controlar o tráfego nos hospitais e nas escolas? Como vamos adaptar as ciclovias e os percursos pedestres?
A este “novo normal” junta-se a cultura de mobilidade sustentável que necessitamos de alcançar nas cidades, com ciclovias e caminhadas eleitas como infraestruturas a promover, indispensáveis aos programas de ajustamento de retorno ao trabalho e ao turismo, garantindo o distanciamento social e confiança sanitária, cumprindo assim as diretrizes da “sociedade metro e meio”.
A “sociedade metro e meio” exige uma redistribuição do espaço, que, na maioria dos ambientes, se torna escasso no cumprimento das atuais regras de ajustamento a que todos estamos obrigados. A participação do projeto de Wayfinding, perante o novo comportamento de distanciamento como garante na manutenção da confiança sanitária pós-pandemia, exige uma orientação clara, consistente e comunicativa.
O tema permanente a considerar: caminhada e andar de bicicleta não devem ser vistos simplesmente como atividades de lazer e sem poder real como modo de transporte, integrando parte da rotina diária para uma mudança mais ativa e ecológica de viajar, com normas básicas de distanciamento, melhorando o ambiente no sistema urbano com segurança sanitária e rodoviária.
A confiabilidade na sinalização, com informações claras e eficazes no local correto, faz parte das exigências que o projeto de Wayfinding tem como desígnio. Um sistema de orientação é um meio para um fim, preparando o ambiente para encontrar o que procuramos, seja a porta de um consultório num Hospital, seja a porta de embarque num aeroporto desconhecido, seja uma sala de aula num grande campus universitário, seja uma pintura num museu. O Wayfinding contribui para que as pessoas não pensem em encontrar o caminho ou que estão a ser guiadas; “só participamos para que elas cheguem lá”.
Objetivamente, tornar os locais e processos complexos facilmente compreensíveis e navegáveis para todos os utilizadores obriga a uma estratégia de informação que descreva as respostas às seguintes perguntas básicas: que informações apresentar, onde e como?
A valorização da Mobilidade Urbana com equidade e inclusão num ambiente seguro e confortável, desenvolvendo um sistema de orientação que incentive uma cultura de mobilidade e acessibilidade ativa, desafia o Wayfinding a determinar o local apropriado para a decisão, a informação que esta deve apresentar e o suporte adequado para entender um espaço público complexo, cumprindo o ajustamento benigno da oferta à procura com confiança sanitária, exigida com as novas regras para percorrer os ambientes da “sociedade metro e meio”.
“Se um sinal falhar, as pessoas perdem a confiança em todo o sistema”.
As opiniões expressas são da responsabilidade dos autores e não reflectem necessariamente as ideias da revista Smart Cities.