O projeto Pathways2Resilience selecionou 40 regiões e comunidades para um novo programa de adaptação e resiliência às alterações climáticas e, entre elas, estão duas portuguesas: Trás-os-Montes e o Alentejo Central. Esta iniciativa da Missão Adaptação às Alterações Climáticas, da União Europeia, tem por objetivo apoiar as regiões mais vulneráveis nesta temática a preparar-se para uma série de riscos, como as secas ou os incêndios florestais, e para isso disponibilizou um apoio global de 21 milhões de euros.
As eleitas vão agora participar num programa de 18 meses com o intuito de desenvolver uma estratégia de resiliência climática, complementada por um plano de ação e um plano de investimento. Ao mesmo tempo, participam em grupos de inovação e recebem mentoria, formação e orientações práticas por parte de peritos do Pathways2Resilience.
Entre as portuguesas, os projetos vão ser desenvolvidos pela Comunidade Intermunicipal das Terras de Trás-os-Montes, que representa nove concelhos deste território, e pela Associação de Municípios do Alentejo Central (AMCAL), composta atualmente por cinco municípios. O nosso país surge, de resto, entre os que teve mais candidaturas selecionadas (duas).
Depois destas 40 regiões iniciais, a iniciativa quer financiar mais 60, de modo a que o apoio chegue a uma centena de áreas europeias que apresentem uma elevada vulnerabilidade e baixa capacidade de adaptação aos impactos das alterações climáticas. Para isso, já prepara um novo aviso de candidaturas que deverá ser lançado em junho do próximo ano.
“Conseguir uma transição justa para a resiliência climática exigirá uma transformação que vai para além da execução de tarefas técnicas e da mudança de mentalidades e atitudes”, diz Laura Pando Martínez, coordenadora do projeto Pathways2Resilience e perita em aprendizagem no EIT Climate-KIC. “A construção de um futuro resiliente para todos exige não só proteger os mais vulneráveis, mas também garantir que estes tenham um papel ativo na conceção de soluções e na obtenção de oportunidades. Estamos empenhados em ajudar as comunidades a prosperar enquanto se adaptam a um clima em mudança, através do poder da colaboração, da inovação e da aprendizagem partilhada”, acrescenta a especialista num comunicado.
O Pathways2Resilience sublinha também o papel fundamental das regiões e das comunidades no caminho para a neutralidade carbónica, lembrando que cerca de 90% das medidas de adaptação às alterações climáticas são iniciadas pelos governos locais e regionais.
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