A Região Centro de Portugal vai ser um dos primeiros quatro demonstradores de larga escala de resiliência climática do projecto europeu RESIST, anunciou a consultora portuguesa INOVA+, responsável pela coordenação da candidatura, na terça-feira. O RESIST, apoiado num consórcio de 56 parceiros, vai acelerar a transformação e a adaptação de regiões da União Europeia vulneráveis às alterações climáticas.

O Centro de Portugal, a par da Catalunha, do Sudeste da Finlândia e da Região Central da Dinamarca, serão as primeiras regiões vulneráveis às alterações climáticas a implementar demonstradores de resiliência climática de larga escala. Será uma primeira etapa do projecto RESIST – Regions for climate change resilience through Innovation, Science and Technology, que irá durar cinco anos e contemplar uma dotação de 25 milhões de euros. 

Numa fase seguinte, os resultados destes primeiros demonstradores serão transferidos, através de actividades inovadoras imersivas, presenciais e digitais, para mais oito regiões “de geminação”, entre as quais a região portuguesa do Baixo Alentejo.

Aprovado pelo programa Horizonte Europa, o projecto RESIST conta com um orçamento total de 50 milhões de euros para alavancar “uma abordagem inovadora e mais participativa para a resiliência e adaptação às alterações climáticas”, diz a INOVA+. Para isso, pretende desenvolver, nestas 12 regiões com cerca de 22 milhões de cidadãos, “novas medidas regionais, instrumentos políticos e soluções sociais e tecnológicas”.

O objectivo é, desse modo, “aumentar a resiliência das regiões em 10% e os níveis de investimentos verdes em 20%, reduzindo as perdas económicas devido a perigos como inundações em 14% e falta de protecção climática em 50%”. O projecto RESIST ambiciona ainda “reduzir o tempo de colocação no mercado e o risco para 100 novas soluções de Combate às Alterações Climáticas, provenientes de fornecedores europeus, permitindo escalar os seus produtos”.

O projecto RESIST consiste num consórcio de 56 parceiros, entre os quais associações europeias, grupos de investigação, agências de inovação, etc. Desses 56 parceiros, 11 entidades são portuguesas, nomeadamente a INOVA+, que coordenou preparação e desenvolvimento da candidatura ao programa-quadro europeu, a Comissão de Coordenação da Região Centro, a Comunidade Intermunicipal (CIM) da Região Coimbra, a CIM da Região do Médio-Tejo, a CIM do Baixo Alentejo, a Associação BLC3, a Forestwise, a Agência MédioTejo 21, o Instituto Politécnico de Portalegre, o ITECONS e a CEDES.