O secretário de Estado do Ambiente, Emídio Sousa, defendeu na COP29 um aumento do lote de financiadores no combate global às alterações climáticas. Ao discursar no plenário da Conferência das Nações Unidas, a decorrer em Baku, no Azerbaijão, o governante afirmou que “é da maior importância ampliar a base de doadores” e que esse esforço deve incluir, desde logo, os países em desenvolvimento com maiores níveis de emissões.
“Quem contribui para o financiamento não devem ser apenas os países desenvolvidos, mas também aqueles que, sendo considerados ainda países em desenvolvimento, contam como elevados Produtos Internos Brutos e nível de emissões per capita”, disse ontem Emídio Sousa. Declarações em linha “com as prioridades da União Europeia”, reiterou, e que também acompanham a posição assumida recentemente pela Ministra do Ambiente, para quem países como a China ou a Arábia Saudita devem dar um maior contributo.
“Atualmente, muitos dos maiores poluidores do planeta não estão a fazer o suficiente nos esforços de combate às alterações climáticas. A União Europeia tem liderado este esforço. E continuará a assumi-lo. Mas precisamos de todos e do esforço de todos”, reafirmou o secretário de Estado na capital azeri. Para o responsável, esse lote deve também incluir outros intervenientes, para além das nações mundiais, para que “o financiamento público, que constitui uma componente central, possa ser complementado com mais investimento privado”.
Emídio Sousa relembrou que os compromissos de financiamento climático internacional de Portugal até ao ano de 2030 chegam aos 68,5 milhões de euros, valor que já inclui a conversão da dívida de Cabo Verde e de São Tomé e Príncipe em investimento climático. “Portugal tem a ambição de poder ampliar estas parcerias, especialmente com países da CPLP, após 2025. E esperamos que esta abordagem possa inspirar soluções semelhantes no resto do mundo”, disse o governante, acrescentando esperar “que esta COP29 se traduza no reforço das medidas de adaptação às alterações climáticas, bem como na criação de condições para garantir uma transição justa”.

Esta segunda-feira, o secretário de Estado do Ambiente, participou também numa conferência organizada pelo pavilhão espanhol da COP29, onde foi apresentado o relatório “Fortalecer a resiliência climática no setor de água potável e saneamento através do Protocolo sobre Água e Saúde”, que resultou da colaboração entre a Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Comissão Económica para a Europa das Nações Unidas (UNECE). Durante o evento, sublinhou o compromisso português na gestão sustentável da água e na promoção da saúde pública.
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