A apresentação do índice de cidades inteligentes foi um dos grandes destaques do primeiro dia do Green Business Week, que decorre no Centro de Congressos de Lisboa. A cidade do Porto aparece destacada na liderança do top 10, num índice que avalia vários indicadores territoriais e cuja análise resulta, posteriormente, em recomendações para a melhoria do desempenho das cidades.
Esta é apenas a segunda edição do índice de cidades inteligentes, tendo o primeiro sido revelado em 2012, numa análise que, na altura, incluiu 20 municípios integrados na RENER, a Rede Portuguesa de Cidades Inteligentes. Volvidos quatro anos, a edição de 2016 contemplou a análise de 36 municípios da rede e, desta feita, a cidade do Porto, no conto geral, revelou-se a cidade mais inteligente, completando o top 10 as cidades de Águeda, Cascais, Bragança, Guimarães, Matosinhos, Braga, Sintra, Aveiro e Santarém. O Porto foi a cidade com melhores resultados no segmento das cidades com mais de 100 mil habitantes. Aveiro e Santarém levaram a melhor no segmento das cidades que têm população residente compreendida entre os 50 e os 100 mil habitantes e Águeda e Bragança conquistam os postos cimeiros nas cidades com menos de 50 mil habitantes.
Entre os municípios analisados, é Cascais quem merece o maior destaque no campo da qualidade de vida, sendo que, aqui, a sub-dimensão saúde revela um dado preocupante: só cerca de 40% dos municípios oferece serviços de alerta e assistência à população idosa. Já no campo da governação aberta são as cidades de Águeda e do Porto a liderar, com várias ferramentas disponibilizadas nas áreas da participação pública e open data. De fazer notar, ainda, que 53% de todos os municípios que integram o índice têm utilizado, com sucesso, o orçamento participativo.

Por fim, a dimensão conectividade revela, entre outros dados, que é a cidade do Porto quem segue na frente no que respeita à disponibilização de pontos de Wi-Fi de acesso público gratuito, situando-se este número nos 470, o que representa 2,15 pontos de acesso por cada mil habitantes. Destacam-se, aqui, os 400 autocarros da STCP que circulam pela cidade Invicta e oferecem cobertura Wi-Fi gratuita.
A metodologia que serve de base à elaboração do Smart City Index Portugal foi elaborada pela INTELI e apoia-se em cinco dimensões chave de análise, com o objectivo de agir enquanto plataforma de apoio estratégico à tomada de decisões e à definição de políticas públicas: governação, inovação, sustentabilidade, qualidade de vida e conectividade. É recolhida informação proveniente de estatísticas oficiais, são efectuados contactos com organismos públicos e enviados questionários aos vários municípios. A cada uma das dimensões chave é atribuída uma pontuação numa escala de 0 a 10, sendo, depois, alcançado o resultado final, através da média das pontuações atribuídas a cada uma das dimensões analisadas.