Saber onde andam exatamente todos os autocarros da Carris Metropolitana e quando chegam a cada paragem tornou-se mais fácil a partir desta quinta-feira (12 de setembro), dia em que passou a estar disponível a nova aplicação da empresa de transportes públicos rodoviários. A ferramenta promete facilitar o dia a dia dos passageiros da Área Metropolitana de Lisboa, em particular dos mais frequentes, fornecendo uma série de informações úteis e personalizáveis.

Entre elas destaca-se a localização precisa de cada autocarro, em tempo real, com as estimativas de passagem em todas as paragens da linha e avisos sobre eventuais atrasos ou perturbações, como obras ou eventos. Em alguns casos, é mesmo possível saber se um determinado autocarro vem muito cheio ou não e, em breve, haverá a possibilidade de ativar notificações inteligentes que avisam quando o autocarro estiver a uma determinada distância (500 metros, por exemplo) da paragem.

A aplicação fornece ainda uma lista de notícias recentes, a ocupação em tempo real das lojas da Carris Metropolitana e informações sobre os diferentes tarifários, além do planeador de viagens navegante. Há também uma área de apoio ao cliente e outra para recrutamento de motoristas.

“Isto é, de facto, algo que não existia na Área Metropolitana de Lisboa e, diria, no país. As pessoas passam a ter na mão a possibilidade de controlar se cada serviço é feito ou não, se cada autocarro está atrasado ou adiantado, em tempo real e baseado apenas e só nos nossos sistemas”, afirmou Rui Lopo, administrador da Transportes Metropolitanos de Lisboa (TML) durante a apresentação da aplicação. Para o responsável, além de ajudar os passageiros, a app também permite “colocar uma pressão total nos operadores para o cumprimento dos horários”.

Por sua vez, o presidente do conselho de administração da TML, Faustino Gomes, lembrou que a nova app “não é um planeador de viagens”, mas uma ferramenta que “vai dar confiança [aos passageiros] para poderem usar a Carris Metropolitana”. “E vamos ser mais exigentes do que a Google”, acrescentou Rui Lopo, ao comparar a nova app com outras plataformas que acompanham a circulação da Carris Metropolitana.

Ainda assim, para já, a aplicação integra apenas os autocarros da Carris Metropolitana, ou seja, não relaciona informação com outras empresas, como a Carris (Lisboa), o Metropolitano de Lisboa, a Transtejo Soflusa ou a CP. Para que isso aconteça é preciso conseguir integrar os dados de todos os operadores, o que pela estimativa de Faustino Gomes poderá vir a acontecer “dentro de dois ou três anos, talvez nem tanto”.

Recorde de passageiros à vista

Os responsáveis da TML acreditam que o número de passageiros da Carris Metropolitana aumente significativamente este ano, superando tanto os valores de 2019 (quando surgiu o passe Navegante) como de 2023.

“Com o aparecimento do Navegante a Área Metropolitana de Lisboa teve um pico significativo de procura e este ano conseguimos estar acima dessa procura, registada na rede análoga à que temos hoje. Terminámos o mês de agosto com 12 milhões de passageiros transportados, portanto projetamos mais ou menos 165 milhões de passageiros em dezembro deste ano”, estimou Rui Lopo. A confirmar-se esta estimativa poderá haver um aumento de 25 milhões de passageiros em comparação com o ano passado.

O administrador acrescentou que em alguns concelhos houve um crescimento de passageiros “acima dos 30%” nos primeiros sete meses deste ano. A área 4, em particular nos municípios da Moita e de Palmela, foi das que mais aumentou a procura (e também a oferta), mas também houve concelhos de outras áreas, como Sintra, com subidas expressivas.

Recorde-se que a Carris Metropolitana opera os transportes públicos rodoviários municipais e intermunicipais na Área Metropolitana de Lisboa, que ficou dividida por quatro zonas. A área 1 agrega as carreiras dos concelhos da Amadora, Oeiras e Sintra, e intermunicipais de ligação a Lisboa e Cascais, enquanto a área 2 corresponde aos municípios de Mafra, Loures, Odivelas e Vila Franca de Xira e intermunicipais de ligação a Lisboa. Já a área 3 diz respeito a parte da margem sul – Almada, Seixal e Sesimbra – e a área 4 a outra parte, nomeadamente Alcochete, Moita, Montijo, Palmela e Setúbal.

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