Após descer sete posições no Smart City Index 2025, Lisboa passou a ocupar o 115.º lugar neste ranking internacional de cidades inteligentes, elaborado pelo Institute for Management Development (IMD).
A capital portuguesa acentua, assim, a tendência de queda dos últimos anos, tendo perdido 40 posições em apenas meia década. Isto porque era 75.ª no ano de 2020, 81.ª em 2021, 99.ª em 2023 e 108.ª em 2024. Nesta edição, afasta-se mais um pouco do top 100 e, ao mesmo tempo, aproxima-se do fundo da tabela, uma vez que o ranking compara 146 cidades. Embora continue à frente de outras capitais europeias, como Sófia, na Bulgária (121.ª), Atenas, na Grécia (129.ª) ou Roma, em Itália (139.ª), neste último ano foi ultrapassada por diversas cidades, como Istambul, na Turquia, Bangalore, na Índia, ou Macáçar, na Indonésia.
Este estudo do instituto suíço avalia o desenvolvimento estrutural e tecnológico das cidades mundiais em cinco áreas principais: saúde e segurança; mobilidade; oportunidades de trabalho e educação; atividades; e administração. A pontuação final resulta da perceção dos moradores locais, obtida a partir das respostas que deram a um inquérito, e também tem em conta os resultados dos três anos anteriores.
A exemplo das últimas edições, a habitação continua a ser a principal preocupação dos lisboetas, com 86.6% dos inquiridos a dizer que esta deve ser a prioridade número um da capital. Ainda assim, verifica-se uma ligeira descida face a 2024, quando foram 88,3%. Mais ainda, 90.5%, reconhece a dificuldade de encontrar uma casa cuja renda corresponda, no máximo, a 30% do salário mensal.
Além da habitação, os cidadãos também identificam como prioridade o acesso aos serviços de saúde (66.6%), a corrupção/transparência (46.0%) e o trânsito (44.5%). Neste último campo, 56.0% admite a hipótese de fornecer dados pessoais se estes ajudarem a diminuir os congestionamentos. Já a segurança é uma preocupação para 43.5%, sendo que 74.9% diz estar confortável como uma eventual implementação de sistemas de reconhecimento facial, caso estes favoreçam a diminuição da criminalidade.
Os transportes públicos (36.1%), o emprego gratificante (32.0%), o desemprego (31.2%) e a poluição atmosférica (23.1%) também surgem na lista dos constrangimentos estruturais da cidade.
Mas o estudo também revela alguns pontos positivos. Entre eles, os lisboetas destacam, sobretudo, a maior facilidade de comprar bilhetes online para espetáculos e museus, referida por 81.9% dos inquiridos. Já 70.1% diz que a atual velocidade e fiabilidade da internet satisfazem as necessidades, enquanto 66.9% considera que o acesso online a ofertas de emprego facilitou a procura de trabalho.
Tal como no ano passado, a liderança do ranking de cidades inteligentes do IMD continua a pertencer à cidade helvética de Zurique, seguida de Oslo, na Noruega, e de Genebra, também na Suíça. Na 4.ª posição surge o Dubai, enquanto Abu Dhabi, ocupa o 5.º lugar. O top 10 fecha com Londres (6º), Copenhaga (7º), Camberra (8º), Singapura (9º) e Lausana (10º).
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