Seis municípios nacionais, entre os quais Bragança, Almada e Vila Nova de Gaia, vão passar a contar com uma calculadora que mede o impacto da actividade humana no consumo dos recursos naturais do planeta. A iniciativa, anunciada a 6 de Maio, é da associação ambientalista Zero – Associação Sistema Terrestre Sustentável e da Unidade de Investigação GOVCOPP da Universidade de Aveiro, que apresentam, pela primeira vez, a Calculadora da Pegada Ecológica, desenvolvida pela organização não governamental Global Footprint Network.
Almada, Bragança, Castelo Branco, Guimarães, Lagoa e Vila Nova de Gaia vão ser os seis primeiros municípios nacionais a ter a sua própria Calculadora da Pegada Ecológica, uma metodologia desenvolvida pelo centro de reflexão Global Footprint Network, que permite medir o impacto das actividades humanas no estado dos recursos naturais do planeta. Esta calculadora pode ser aplicada a várias escalas e compara “os recursos naturais usados para suportar um determinado estilo de vida, com a capacidade dos ecossistemas para gerar esses mesmos recursos”, é possível ler-se em comunicado de imprensa da associação ambientalista Zero.
As calculadoras dos seis municípios nacionais deverão, a partir de agora, encontrar-se no sítio web de cada autarquia, assim como no site Pegada Ecológica dos Municípios Portugueses. Segundo a associação Zero, esta é a primeira vez que a calculadora é apresentada em língua portuguesa e “ajustada ao perfil de cada município”. O objectivo é “construir conhecimento” e aumentar a capacidade de acção local em matéria de ambiente, através do cálculo e interpretação dos dados ambientais existentes.
Actualmente, é possível verificar que Portugal precisaria de 2,3 planetas Terra para acomodar o actual estilo de vida do país. Com uma biocapacidade do planeta de 1,28 hectares globais por pessoa, Portugal apresenta um resultado de 3,94 hectares globais por pessoa (Gha). Entre os seis municípios, Almada é o que apresenta a maior pegada ecológica com 4,08 Gah, enquanto que Lagoa apresenta o resultado menos negativo, com 3,25 Gha. Destes, Bragança é o que apresenta maior biocapacidade, com 2,68 Gah, registando uma pegada ecológica de 4,01 Gha. Estes e outros resultados podem ser consultados aqui.
Após o anúncio do lançamento da calculadora, decorrerão sessões de formação, em que o objectivo é a mobilização da sociedade civil para a “adopção de comportamentos ambientalmente sustentáveis”. A primeira, a 6 de Maio decorreu em Guimarães. A segunda está marcada para o município de Lagoa, a 13 de Maio, seguindo-se Castelo Branco, no dia 15. Bragança, Almada e Vila Nova de Gaia seguir-se-ão, nos dias 16, 27 e 30 de Maio, respectivamento.
O projecto Pegada Ecológica dos Municípios Portugueses é o resultado de uma parceria entre a Zero, a Global Footprint Network e a Unidade de Investigação GOVCOPP da Universidade de Aveiro.