A Conferência de Pequenos Satélites, que terminou ontem nos Estados Unidos, distinguiu o nanossatélite português Aeros MH-1 com o Prémio Missão do Ano. A informação é partilhada no portal do evento, realizado na cidade de Logan, no estado do Utah.

O Aeros MH-1 foi enviado para o espaço a 4 de março deste ano, depois de um lançamento bem-sucedido a bordo do foguetão Falcon 9 da SpaceX, na missão Transporter-10. Estabeleceu comunicações com a Terra pela primeira vez a 19 de março e no início de julho foram divulgadas as primeiras imagens que captou.

O engenho, que pesa cerca de 4,5 quilos e tem um corpo de 30 centímetros de comprimento e 50 centímetros de largura, está posicionado a 510 quilómetros de altitude, ligeiramente acima da Estação Espacial Internacional. Tem como missão enviar, durante os próximos três anos, uma série de imagens e dados para o estudo do Atlântico. Com eles, torna-se possível monitorizar a superfície do oceano e as condições meteorológicas, ajudando a estudar alterações climáticas e a monitorizar cor, frentes e fauna do oceano.

Aeros MH-1 é um engenho de pequena dimensão, mas com grandes ambições

O MH-1, cujo nome homenageia o académico e antigo ministro da Ciência Manuel Heitor, resulta de uma parceria internacional com o Massachusetts Institute of Technology (MIT). É liderado pela Thales Edisoft Portugal e pelo CEiiA, proprietário do satélite e responsável pelo processamento dos dados e das imagens para efeitos de estudos científicos. Envolve ainda um conjunto de outras entidades, como as empresas SpinWorks e Dstelecom e as Universidades do Minho, do Porto e do Algarve, além do Instituto Superior Técnico (IST), o CoLab + Atlântico, o Okeanos, o Air Centre e o Imar – Instituto do Mar.

Numa mensagem colocada na rede social Linkedin, o CEiiA já comentou a recente distinção, atribuída pela maior conferência de pequenos satélites do mundo, afirmando que “este prémio é um testemunho do incansável trabalho árduo, inovação e dedicação da nossa incrível equipa e parceiros”. Brindando a muitas mais missões no futuro, o Centro de Engenharia e Desenvolvimento de Produto com sede em Matosinhos acrescentou que “o AEROS MH-1 ultrapassou os limites do que os pequenos satélites podem alcançar, e este prémio é um marco significativo no nosso caminho”.

Fotografia de destaque: © CEiiA