Um estudo ainda em curso pelo Instituto de Ambiente e Desenvolvimento (IDAD) da Universidade de Aveiro (UA) concluiu que, na cidade de Lisboa, as temperaturas chegam a ser de 4 a 6 graus superiores em zonas densamente construídas face a zonas com menor construção da mesma área. Zonas como as do aeroporto e da Baixa lisboeta registam as maiores diferenças de temperatura relativamente a zonas com menos densidade de construção.

O estudo do IDAD, denominado “Cartografia da vulnerabilidade térmica: mapeamento dos efeitos das ondas de calor em Lisboa”, destina-se a “antever o efeito cumulativo das ondas de calor” e da “ilha de calor”, que é “tanto mais expressiva quanto mais densamente construídos e menos verdes são os aglomerados urbanos”, revela a Universidade de Aveiro em comunicado de imprensa. Levado a cabo para a câmara de Lisboa, este estudo pretende mapear o aumento médio das temperaturas e atenta para a possibilidade de poderem verificar-se, “dentro de décadas”, “Verões em contínua e prolongada onda de calor”. Entre as medidas de resiliência adoptadas noutros países, estão o aumento da área de parques e jardins dentro das cidades, ou a aplicação de coberturas vegetais nos telhados dos edifícios, entre outras que a UA refere na sua nota.

Apesar de ainda se encontrar a decorrer, o estudo conclui, já, que o aumento da temperatura “vai-se alargando à medida que a densidade da cidade também se alarga em direcção aos seus limites”.

Entre as zonas identificadas, em Lisboa, como apresentando os maiores aumentos de temperatura face às zonas menos densas da cidade, estão as zonas do aeroporto, a Baixa e “uma faixa contígua com essa, que se prolonga pela margem do Tejo em direcção a poente”. Nestes locais, as diferenças de temperatura podem ser de 4 a 6 graus – foi esta a conclusão dos cálculos efectuados por investigadores do grupo de Meteorologia e Clima do Departamento de Física do instituto da Universidade de Aveiro, que se debruçaram sobre o “cálculo do efeito cumulativo médio das ondas de calor e ‘ilha de calor’ para várias zonas da cidade” de Lisboa. Este efeito ‘ilha de calor’ caracteriza-se pelo registo de “temperaturas, em média, superiores às que se verificariam em zonas rurais e com coberto vegetal natural”.

Este estudo envolve, ainda, a Agência de Energia e Ambiente de Lisboa (Lisboa E-Nova), o Instituto de Geografia e Ordenamento do Território (IGOT) e o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).