Um satélite da Nasa captou imagens da evolução dos incêndios em Portugal e mostram a dimensão da nuvem de fumo sobre o território continental. Desde domingo já arderam mais de 106 mil hectares, indica o sistema europeu Copernicus. 

Numa comparação entre as imagens de segunda e terça-feira é possível ver a dimensão da nuvem que se tornou cada vez maior, com o fumo dos incêndios a alastrar-se no Oceano Atlântico. 

Imagens foram captadas por um satélite da NASA

As imagens foram retiradas da plataforma NASA Worldview, que mostram as consequências dos vários incêndios que assolam o centro e norte de Portugal, desde o fim de semana.  

Segundo o sistema europeu Copernicus, desde domingo já arderam mais de 106 mil hectares, sendo que as zonas norte e centro são as mais afetadas. 

Só as regiões de Aveiro, Tâmega e Sousa, Viseu, Dão Lafões, totalizam mais de 75 mil hectares de área ardida, 71% da área ardida em todo o território nacional.

A situação agravou-se particularmente na sub-região de Viseu Dão Lafões, onde a área ardida mais que duplicou em apenas um dia, contabilizando-se agora mais de 33 mil hectares, mais 17 098 hectares do que na terça-feira. 

Na Região de Aveiro, que inclui as zonas entre Oliveira de Azeméis, Albergaria-a-Velha e Águeda, o sistema Copernicus contabiliza mais de 21 mil hectares de área ardida desde segunda-feira.

Com 19 710 hectares de área ardida, desde domingo, Tâmega e Sousa segue-se entre as zonas mais afetadas, surgindo depois a Área Metropolitana do Porto, onde já arderam mais de 13 mil hectares.

A área ardida em Portugal continental este ano totaliza já, segundo o sistema Copernicus, 124 904 hectares consumidos por 162 incêndios significativos (com 30 hectares ou mais de área ardida) contabilizados pelo sistema europeu de observação da Terra.

Sete pessoas morreram e cerca 120 ficaram feridas, das quais 10 em estado grave, devido aos incêndios que atingem desde domingo as regiões Norte e Centro do país, nos distritos de Aveiro, Porto, Vila Real, Braga e Viseu, que destruíram dezenas de casas e obrigaram a cortar estradas e autoestradas.

O Governo decretou situação de calamidade em todos os municípios afetados pelos incêndios nos últimos dias e alargou até esta quinta-feira a situação de alerta, face às previsões meteorológicas.