A crise climática, refletida no aumento da temperatura média global, juntamente com a perda da biodiversidade, é uma das maiores ameaças à nossa casa-comum. Desde a mudança dos padrões climáticos, que ameaçam a produção de alimentos, até à subida do nível das águas do mar, os impactos das alterações climáticas têm uma escala sem precedentes. E Baião não está a salvo das suas consequências. As projeções apontadas para o nosso território sinalizam o setor dos recursos hídricos como preponderante, assumindo um papel central na ação climática municipal. Como tal, o Município de Baião reconhece a posição proativa que necessita adotar para implementar soluções promotoras de uma gestão eficiente e sustentável do recurso água.

Definimos como prioridade de ação as questões associadas com a sua circularidade, com especial incidência no Ciclo Urbano da Água e na prevenção de situações de escassez, assentes num planeamento atempado, mitigando os impactos associados a este recurso e aumentando o conhecimento para apoio à decisão.

Dentro destas ações, importa destacar os investimentos no reforço de captação de água e expansão da rede de abastecimento e saneamento no concelho, o desenvolvimento e implementação do projeto para reaproveitamento de águas residuais tratadas para fins não potáveis e a requalificação das nossas principais linhas de água – Rio Ovil e Rio Teixeira – seguindo uma estratégia de desenvolvimento sustentável e recorrendo a técnicas de engenharia natural. 

“As projeções apontadas para o nosso território, sinalizam o setor dos recursos hídricos como preponderante, assumindo, por isso, um papel central na ação climática municipal”

Desde 2006 que o nosso lema é “Baião, Vida Natural”. E o nosso caminho passa, inevitavelmente, pela gestão sustentável dos nossos recursos hídricos. Queremos ir mais além. E esse além, passa por um Plano Municipal de Água, tendo como base uma lógica de proteção deste recurso e de sustentabilidade do desenvolvimento socioeconómico do nosso território. Um plano que garanta a proteção e a requalificação do estado dos nossos ecossistemas aquáticos e terrestres, no que respeita às suas necessidades de água bem como à sua qualidade. Um plano que promova o uso sustentável e equilibrado da água e que traduza a nossa pegada hídrica, sabendo que tudo o que usamos, vestimos, compramos, vendemos e comemos requer água para ser produzido. Um plano que encare a renaturalização dos ecossistemas e as Soluções Baseadas na Natureza como o caminho certo a seguir.

Tem sido (e continuará a ser) um caminho longo e cheio de desafios, mas um caminho virtuoso. Os municípios, como promotores de políticas locais de desenvolvimento, devem ser os primeiros a traçar na sua rota o desenvolvimento sustentável, sabendo que a prossecução das metas climáticas e de biodiversidade devem ser acompanhadas de políticas sociais ambiciosas, seguindo desígnio da Agenda 2030, de “não deixar ninguém para trás”,
É por isso que temos vindo a alinhar as políticas municipais com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas, tendo encetado, há seis anos, um exigente processo de certificação internacional como Destino Turístico Sustentável. Esta é uma distinção reconhecida pelo Conselho Global de Turismo Sustentável e que nos coloca na vanguarda das melhores práticas internacionais.

As opiniões expressas são da responsabilidade dos autores e não reflectem necessariamente as ideias da revista Smart Cities.


Este artigo foi originalmente publicado na edição nº 44 da Smart Cities – julho/agosto/setembro 2024.