A NovaSBE – School of Business and Economics acaba de lançar um mestrado em Empreendedorismo de Impacto e Inovação com o apoio da Fundação Calouste Gulbenkian.

É um mestrado que conta com a presença de 89 alunos de 17 nacionalidades distintas. Ao contrário de outros mestrados nas áreas de gestão nos quais o perfil é mais homogéneo, no mestrado em Empreendorismo de Impacto e Inovação, o perfil académico dos alunos é diferenciado, contando como formação base áreas diversas, como Turismo e Hospitalidade, Ciências Aplicadas, Comunicação e Engenharia. Eventualmente, para muitos leitores pode parecer estranho um mestrado com estas temáticas, mas importa salientar que o ecossistema português de empreendedorismo e inovação social é visto internacionalmente como um estudo de caso e, assim, pensamos na NovaSBE como uma casa natural para este empreendimento.

O lançamento do mestrado foi um sucesso, ultrapassando largamente o número de alunos previsto, não obstante, gostava de refletir e descrever três métricas que vejo como fundamentais na forma de verdadeiramente medir o impacto deste mestrado.

A primeira métrica é o grau de conexão com os problemas do mundo e a procura de soluções que efetivamente ofereçam resposta viáveis para os desafios da sociedade. Com base no perfil dos alunos, em ferramentas avançadas de resolução de problemas, experiências de comunidade e um acompanhamento próximo dos desejos e ambições dos alunos, queremos construir um mestrado cujo maior sinal de sucesso sejam soluções implementadas. Neste capítulo, desenhámos uma viagem pedagógica integrada que levará os alunos a criar soluções inovadoras, a testá-las e mostrar ao mercado o potencial de solução que criaram. É uma viagem que se fará a partir do mestrado em direção à sociedade, abrindo o conhecimento e as experiências para o bem comum. Dizem os alunos que esta viagem de inovação e todos os pormenores que a acompanham são o verdadeiro motivo que os encorajou a escolher a NovaSBE para esta etapa da sua vida. 

A segunda métrica de sucesso é a criação de comunidades de prática que incluam alunos e a comunidade da cidade onde vivem. Todos sabemos que mudar o mundo implica trabalhar com outros na mesma cidade que estão a empreender soluções adjacentes ou complementares para os mesmos problemas. Esta partilha de conhecimento e inovação é vital para que mais e melhores soluções sejam implementadas. Assim, na base de todo o trabalho que fazemos, existem três pilares – o pilar individual, de grupo e de comunidade. A forma como avaliamos a performance de cada aluno em cada um destes pilares implica motivar os alunos para que cada vez mais reflitam na dimensão comunitária de igual forma como pensam a individual e do seu próprio grupo. Pensamos que descentrar os alunos de si próprios, levando-os a pensar no impacto na comunidade, é um pilar intrínseco de sucesso do nosso mestrado.

A terceira e última métrica é a transformação de mindset para além do mestrado. Se, para muitos alunos, um mestrado é uma forma de competir com outros no mercado de trabalho, este mestrado apresenta-se como uma experiência de transformação pessoal e societal cujos frutos permanecerão muito para além da experiência profissional pós-mestrado. Para tal, o nosso objetivo vai além de dar ferramentas e uma rede de contactos crucial para mudar o mundo. Este mestrado mudará a forma como os alunos pensam e concretizam a possibilidade de criar soluções para os problemas do mundo transformando para sempre a sua visão do que é possível ou impossível. Mudando o seu mindset em relação ao mundo, mudaremos os resultados das suas ações e das próprias cidades.

As opiniões expressas são da responsabilidade dos autores e não reflectem necessariamente as ideias da revista Smart Cities.