O que é comum em modos de transporte urbano como o autocarro, o eléctrico, o transporte individual, o Uber, o táxi ou a bicicleta? Ah, e já agora, o simples caminhar? Além de serem formas de deslocação dentro das cidades, todos estes modos disputam um recurso escasso e cada vez mais valioso – o espaço físico nas cidades. As ruas e avenidas.

E sendo certo que é dos livros que qualquer recurso finito deve ser planeado, o planeamento por si não resolve todos os desafios. A forma de executar, operar, utilizar, também é determinante.

Não que considere que tudo está feito em sede de planeamento, longe disso, mas é necessário que em paralelo com o planeamento urbano seja introduzida uma outra camada nas nossas cidades – a gestão e tráfego urbano. De facto e com a velocidade e complexidade das variáveis que pendem sobre o tráfego urbano (citado alguns exemplos, eventos pontuais como o Web Summit, a agenda de cruzeiros atracados em Lisboa ou situações de emergência) obrigam a que exista uma camada de gestão de tráfego em tempo real.

 

Imaginemos que há a necessidade de colocar uma zona da cidade num modo pré-determinado para optimizar, por exemplo, os fluxos para um estádio de futebol. Imaginemos agora que isto se faz com alguns (poucos) toques de rato. E que uma hora e quarenta e cinco minutos depois, um processo semelhante optimiza a zona para fluxos no sentido inverso. E não, não é um incentivo ao transporte individual – voltemos ao início, em que partimos da base de que vários modos disputam o mesmo espaço físico…

Trivial? Talvez, sim. Mas consideremos agora que a nossa Smart City dispõe de uma plataforma de gestão urbana, numa das várias formas como a tal se apresenta (City Cockpit, City Dashboard, Centro de Operações, etc.). E que gostaríamos agora que esta dinâmica adaptativa da gestão de tráfego pudesse ser activada em reacção a outro tipo de eventos, geridos pela plataforma, mas menos planeáveis, como são as situações de emergência. Útil e sem dúvida alguma… smart!

Tanto na perspectiva da cidade, desejavelmente inteligente e que deverá dispor de mecanismos flexíveis e/ou adaptáveis para a sua gestão, como da mobilidade em sentido mais estrito, em que a promoção dos modos de transporte mais sustentáveis é estratégica para a mesma cidade, uma gestão de tráfego moderna e funcionalmente rica assume um papel preponderante, sendo mesmo um factor crítico de sucesso para o futuro a médio e longo prazo. Deve portanto constar nas agendas de qualquer decisor das nossas cidades…