Cerca de 93% da população das cidades portuguesas já tem acesso diário à internet, mas a percentagem baixa para os 80% no caso das zonas rurais, revela um relatório do Eurostat. Os números do serviço de estatísticas da União Europeia (UE) indicam que Portugal é o país com maior diferença no acesso entre as zonas urbanas e rurais (ligeiramente acima de 13%), uma realidade ainda distante da média da UE, calculada em 4,4%.
Se o acesso nas cidades portuguesas (93,02%) é superior ao de cinco países (Lituânia, Chipre, Croácia, Grécia e Alemanha) e nas vilas e subúrbios (89,49%) ao de quatro Estados-Membros (Lituânia, Croácia, Grécia e Bulgária), quando se trata de zonas rurais (79,94%) apenas a Grécia obtém um resultado pior que o nosso país (78,48%).

Dados revelam que acesso à internet na Europa tem vindo a subir nos últimos anos, tanto nas áreas rurais como urbanas. Gráfico © Eurostat
Ao mesmo tempo, Portugal surge também entre os países com menor percentagem de pessoas em áreas rurais a utilizar a internet todos os dias: 72,53%. Números inferiores só mesmo na Croácia, Grécia e Bulgária, enquanto a média da União Europeia ronda os 80%. Já a utilização diária nas cidades lusas é de 85,74%.

Os dados compilados pelo Eurostat revelam ainda que em Portugal cerca de 75,41% dos habitantes rurais utiliza telemóveis ou smartphones para aceder à internet, número que sobe para os 88,05% nas cidades. No caso dos computadores, a diferença passa dos 43,71% para os 60,13%.
E quais os fins da utilização da internet por parte dos portugueses? Dos três campos em análise, a maioria refere enviar ou receber emails – 63,71% nas zonas rurais versus 82,05% nas cidades -, enquanto a leitura de notícias é identificada por 59,19% vs 73,15%. No caso dos serviços bancários o fosso é ainda maior: 46,06% vs 65,51%.
Por sua vez, a população portuguesa com um nível básico de competências digitais não vai além dos 43% nas áreas rurais e dos 64% nas áreas urbanas. Curiosamente, a diferença de percentagem entre habitantes rurais e urbanos que nunca fizeram compras online surge mais esbatida que nos outros campos em análise, abaixo dos 2% (24,68% contra 26,57%).
Este trabalho estatístico apresentado pelo Eurostat utiliza dados do ano 2023, relativos a cidadãos da União Europeia entre os 17 e os 74 anos.
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