A Comunidade Intermunicipal do Alto Tâmega e Barroso (CIMAT), a bio região de São Pedro do Sul e o município de Cascais estão entre os finalistas dos Prémios Europeus de Produção Biológica (EU Organic Awards). Os três nomeados fazem de Portugal um dos países com mais finalistas na edição de 2024, a par da Áustria, da Espanha e da Itália, e superado apenas pela Alemanha, com quatro representantes. Atribuído pela Comissão Europeia, em conjunto com outras organizações, este galardão reconhece a “excelência ao longo de toda a cadeia de valor biológica, recompensando os intervenientes mais destacados e mais inovadores da produção biológica na União Europeia”.
A CIM do Alto Tâmega e Barroso, sediada em Chaves, é uma das três finalistas na categoria “Melhor Região Biológica”, disputando o prémio com Castela – La Mancha, de Espanha, e com a finlandesa Savónia do Sul. “Esta nomeação reflete o nosso compromisso com a sustentabilidade, a inovação e o desenvolvimento económico equilibrado da região”, diz em comunicado Ramiro Gonçalves, primeiro secretário executivo da CIMAT. O responsável dá conta “de um crescimento expressivo do número de operadores certificados no modo de produção biológico, que passou de menos de 100 em 2018 para cerca de 1.000 em 2023″.
De acordo com a Comunidade Intermunicipal do Alto Tâmega e Barroso, este território composto por seis concelhos (Boticas, Chaves, Montalegre, Ribeira de Pena, Valpaços e Vila Pouca de Aguiar) tem 32 produtos endógenos qualificados como Denominação de Origem Protegida (DOP) e Indicação Geográfica Protegida (IGP).
Já a bio região de S. Pedro do Sul concorre ao prémio de “Melhor Bio distrito”, disputando o título com o Distrito de Alimentação Monregalesa – Cebano, em Itália, e com a bio região de Sörmland, na Suécia. Esta é segunda vez consecutiva que o concelho do distrito de Viseu faz parte da lista de finalistas nesta categoria, conquistada no ano passado pela bio região de Idanha-a-Nova.
“São Pedro do Sul está a esforçar-se para tornar um modelo para a agricultura biológica, combinando turismo, saúde e sustentabilidade. O distrito conta já mais de um terço dos agricultores profissionais como produtores biológicos e pretende aumentá-los”, escreve a bio região portuguesa numa nota sobre a mais recente nomeação. “A região produz vegetais orgânicos, frutas, ovos e vinho, mostrando um forte compromisso com a agricultura sustentável. Oferece eventos e mercados orgânicos para os seus residentes e visitantes, oferece apoio financeiro e técnico aos agricultores e promove práticas sustentáveis através de iniciativas educativas e campanhas de sensibilização sobre alimentos saudáveis, locais e acessíveis, bem como o uso eficiente de água, solo e energia limpa”, acrescenta.
Por sua vez, Cascais disputa o prémio na categoria “Melhor cidade biológica”. O município português compete com Bremen, na Alemanha, e com a espanhola Las Rozas (região de Madrid). Um dos principais projetos desenvolvidos por Cascais nesta área é a Quinta do Pisão, parque de natureza com 380 hectares situado em pleno Parque Natural de Sintra-Cascais. Todos os anos produz cerca de 20 toneladas de legumes, hortaliças e ervas aromáticas provenientes de agricultura regenerativa e biológica.
Simultaneamente, a autarquia também tem promovido a prática da agricultura biológica em meio urbano, seja através de hortas comunitárias ou das chamadas “hortas em casa”. Em 2022, a Cascais Ambiente, empresa municipal de ambiente, lançou o “Manual das Hortas Comunitárias de Cascais”, disponível através deste formulário.
Os Prémios Europeus de Produção Biológica contam 24 finalistas de 11 países da União Europeia, distribuídos por oito categorias. Os vencedores serão anunciados durante uma cerimónia realizada no dia 23 de setembro em Bruxelas.
Fotografia de destaque: © Bio região de S. Pedro do Sul