O mural à entrada das instalações do CEiiA sintetiza, numa expressão artística de 30 por dois metros, a missão do Centro de Engenharia e Desenvolvimento de Produtos, em Matosinhos: construir o futuro, ligando tecnologia e sustentabilidade para a qualidade de vida no planeta. A obra, a cargo do artista Miguel Januário, em colaboração com o projeto Ruído, foi inaugurada no âmbito do programa Sustainable Living Innovators, que termina a primeira parte esta sexta-feira.
“Tivemos a ideia de construir um mural aproveitando a oportunidade do Sustainable Living Innovators (SLI) para criar algo a partir do papel do CEiiA na construção do futuro, como vê a construção desse futuro, a longo prazo, e qual o papel dos jovens”, conta Miguel Januário, artista residente do CEiiA e diretor artístico do mural.
“Partindo das premissas da sustentabilidade e da criação de uma forma de estar, tentamos passar para a parede a valorização dos transportes sustentáveis, a reflexão sobre o papel da inovação, da tecnologia e do conhecimento no futuro e de como podemos ser sustentáveis”, acrescenta o artista.
Draw e Contra, artistas do projeto Ruído convidados para pintar o mural, pensaram como ligar a tecnologia à sustentabilidade e ao futuro. “Fomos conhecer o CEiiA e descobrimos que trabalham com coisas que nem sequer imaginávamos: partes de foguetões, carros elétricos, satélites… Foi incrível”, recorda Frederico Draw, em conversa com a “Smart Cities”.
“Trabalhámos a intenção de colocar realidade aumentada no mural, com som e com mensagens que passam e que permitem uma interação com a obra, o que faz sentido quando se fala de tecnologia e de futuro”, explica o artista. “Ter uma segunda parte escondida, foi muito engraçado e interessante”, diz.
“Conseguimos introduzir virtualmente realidade aumentada o que permitiu alargar a informação que está no mural e criar outras dimensões”, completa Miguel Januário.
Há elementos que não podiam faltar na obra, sublinha Draw, como a bicicleta, o satélite, mas também a natureza. “Tentamos transpor para o próprio mural o processo de criação, numa espécie de desorganização organizada, com vários registos”, esclarece. Daí a obra ter partes feitas em esboço, outras que são uma pintura e uma outra que é um retrato, o rosto jovem “com um olhar diferenciado no futuro”.
O objetivo foi transmitir a ideia de progresso, algo em construção, uma espécie de tentativa-erro, matéria de que é feito o caminho da ciência e da tecnologia, contextualiza o artista, que recorda a reação dos jovens do SLI, na inauguração da obra. “Ficaram muito entusiasmados, tivemos logo muito bom feedback”, conta Draw, que conta guardar na memória o entusiasmo que foram recebendo dos trabalhadores do CEiiA, ao longo da pintura do mural.
A obra, que pode ser vista à entrada das instalações do CEiiA em Matosinhos, marca o início da curadoria de Miguel Januário na instituição, no âmbito da qual outros artistas serão convidados a interpretar, pela arte, a ideia de sustentabilidade e tecnologia como via para o futuro.