Durante o ano de 2023, o município de Guimarães recolheu mais de 6 mil toneladas de resíduos orgânicos, o que representa um aumento de 700% face a 2022, quando foram recolhidas 916 toneladas. Números avançados pela Vitrus Ambiente, empresa municipal responsável pela operação, que justifica esta subida com o alargamento da área de distribuição de contentores de resíduos orgânicos no concelho. A partir de fevereiro do ano passado, esta passou a chegar a mais oito freguesias (Creixomil, Urgezes, Costa, Mesão Frio, Azurém, Fermentões, Ponte e Caldas das Taipas), alargando para 55 mil o número de pessoas abrangidas por esta recolha seletiva. Antes cingia-se, sobretudo, ao centro histórico da cidade, bem como às escolas de todo o concelho e aos cafés, restaurantes e lares de algumas freguesias.
Para 2024, ano em que a recolha seletiva de biorresíduos passou a ser obrigatória em todos os municípios do país (a partir de 1 de janeiro), a autarquia preparou mais incentivos à população, nomeadamente através de um tarifário atualizado de resíduos que beneficie quem separa os orgânicos ou realize a compostagem na origem. Este novo modelo inclui também o alargamento da área do sistema PAYT – pay as you throw (pague pelo resíduo que produz), que mantém o valor da tarifa para a recolha de orgânicos, mas aumenta a dos indiferenciados (fração resto), com o objetivo de desincentivar a sua deposição.
Ainda assim, a principal novidade para este ano é a inclusão do sistema SAYR – save-as-you-recycle (poupe ao mesmo tempo que recicla) no concelho. Este irá permitir o reembolso de 50% da tarifa variável (no final de 2024) em todas as faturas dos utilizadores que comprovem a realização de compostagem doméstica ou façam recolha seletiva de orgânicos e levantam entre 12 a 16 sacos/mensais (depositando-os na via pública, durante todo o ano). Segundo as estimativas da câmara municipal, estas ações deverão resultar numa redução mensal de 2% no tarifário de resíduos, comparativamente com o ano de 2023.
“Com este novo tarifário, queremos reconhecer quem separa os resíduos orgânicos ou efetua a compostagem na origem, oferecendo um benefício económico e direto aos cidadãos, procurando aumentar ainda mais a recolha de resíduos orgânicos, promovendo assim a economia circular”, diz a vereadora do Ambiente e Ação Climática, Sofia Ferreira. “O município de Guimarães continuará a oferecer os contentores para a separação dos orgânicos e compostores domésticos e irá ainda iniciar a compostagem comunitária nas freguesias”, acrescenta a responsável.
Recorde-se que a recolha seletiva de orgânicos na cidade berço começou em janeiro de 2022 e, desde essa altura, já conseguiu recuperar 30% dos resíduos orgânicos existentes. O município é também um dos subscritores do compromisso “Zero Resíduos”, que prevê, por exemplo, a redução da quantidade de resíduos urbanos indiferenciados e a redução da quantidade total de resíduos produzidos, assim como o alargamento a 100% do território da recolha seletiva porta-a-porta da fração orgânica, até 2030.
Foto de destaque: Vitrus