A aldeia histórica de Idanha-a-Velha vai ser o objecto de estudo de um projecto de investigação financiado pela Fundação de Ciência e Tecnologia (FCT). Até 2024, a iniciativa vai debruçar-se sobre o passado deste território e a sua evolução, pretendendo ainda envolver a população local naquilo que é a disseminação do conhecimento e valorização do património.
O projecto “A Aldeia Histórica de Idanha-a-Velha: Cidade, Território e População na Antiguidade (séc. I a.C. – XII d.C.)” arrancou formalmente este mês, com a coordenação científica de Pedro C. Carvalho (Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra) e Catarina Tente (Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa). Com um orçamento de cerca de 233 mil euros, a iniciativa é um dos oito a nível nacional a receber o apoio da FCT na área de História e Arqueologia.
“O objecto de estudo é Idanha-a-Velha, uma das 12 aldeias históricas de Portugal, outrora cidade capital em época Romana, sede de bispado no Período Suevo-Visigodo, e ainda centro Templário na Idade Média. Pretende-se investigar uma história com quase 1200 anos, entre o período Romano e a formação do Reino de Portugal, num sítio verdadeiramente único, que foi palco do encontro de povos e culturas distintas e que conserva ainda marcas muito expressivas dessa herança cultural, o que explica o facto da Aldeia Histórica de Idanha-a-Velha estar classificada como Monumento Nacional”, explica Pedro C. Carvalho.
Naquilo que são as várias dimensões do projecto, o envolvimento da população será crucial para reforçar a divulgação social do conhecimento e a valorização patrimonial deste território. “Queremos envolver a população local, particularmente as escolas, em torno deste património que, desde logo, lhe pertence. E, por outro lado, produzir conteúdos para divulgação junto dos turistas, de forma a darmos o nosso contributo para a valorização deste recurso patrimonial único que encerra também potencial económico”, explica.

Para além dos dois investigadores, o projecto contará com “uma equipa interdisciplinar”, juntando áreas das ciências sociais e humanas com disciplinas como físico-química, biologia e antropologia biológica. “Análises laboratoriais relacionadas com a paleogenética, com os estudos do ADN, juntamente com outras abordagens, permitirão trabalhar temas como os movimentos migratórios na antiguidade”, elucida o coordenador.