O processo participado de revisão do Plano Director Municipal (PDM) de Vila Nova de Gaia vai entrar, esta semana, numa nova fase. Já na próxima sexta-feira arranca a primeira de 24 sessões participativas, no formato digital, que irão, freguesia a freguesia, percorrer o concelho, escutando aquilo que os cidadãos têm a dizer sobre o local onde vivem.

A primeira sessão, agendada para dia 15 de Janeiro às 21 horas, vai dedicar-se à freguesia de Arcozelo, seguindo-se, ainda este mês, Avintes (20 de Janeiro), Canelas (22), Canidelo (27) e Crestuma (29). Em Fevereiro, é a vez de Grijó (dia 03), Gulpilhares (05), Leves (10), Madalena (12), Mafamude (17), Olival (19), Oliveira do Douro (24) e Pedroso (26). Por sua vez, as sessões para Perosinho e Sandim decorrem no início de Março – dias 03 e 05, respectivamente –, seguindo-se Santa Marinha (10), São Felix da Marinha (12), São Pedro da Afurada (17), Seixezelo (19), Sermonde (24), Serzedo (26) e Valadares (31). Para Abril, ficam apenas a faltas as sessões referentes a Vilar de Andorinho (dia 07) e Vilar do Paraíso (09).

Como participar?

Face à actual situação pandémica, as sessões decorrem no formato digital, sendo que os interessados em participar devem inscrever-se através do portal na Gaiurb, empresa municipal responsável pelo processo de revisão deste instrumento de gestão territorial.

Dando forma ao modelo participativo que o município está a adoptar, os participantes são convidados a partilhar, previamente, as memórias que têm do território, identificando aspectos positivos que lhes estejam associados e outros que gostavam de ver melhorados. A partilha pode ser feita no portal da Gaiurb.

“Queremos que as pessoas valorizem aquilo que foram as histórias de vida no território e, de alguma forma, recuperar as memórias felizes e experiências positivas de um território, que, obviamente, já não é igual ao passado, mas o que as pessoas gostariam de ver numa espécie de regresso à origem – o brincar no espaço público; a ligação com a natureza, espaços verdes, linhas de água; a ligação de vizinhança e o encontro no espaço público – e a pandemia mostrou a importância desses laços”, explicou, em Julho, à Smart Cities José Carlos Mota, investigador da U. Aveiro. A partir destas memórias, o objectivo é criar uma “agenda dos cidadãos”, com as propostas dos munícipes e, assim, envolver as pessoas nas decisões do futuro da cidade.

Recorde-se que o processo de revisão do PDM de Gaia arrancou em Fevereiro do ano passado. Para implementar uma abordagem mais participada, a Gaiurb conta com o apoio do Laboratório de Planeamento e Políticas Públicas – L3P da Universidade de Aveiro, que tem já experiência neste tipo de iniciativas. Com esta revisão, Vila Nova de Gaia entra na terceira geração de PDM, reflectindo a obrigatoriedade que decorre da Lei de Bases Gerais da Política Pública de Solos, de Ordenamento de Território e de Urbanismo (2014) e do Regime Jurídico dos Instrumentos de Gestão Territorial (2015) e cujo prazo findou em Julho do ano passado.