Um relatório recente da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico) destaca o contributo das cidades e regiões portuguesas para a economia circular na Europa. Os municípios de Braga, Guimarães, Matosinhos, Torres Vedras e Valongo, além da Comunidade Intermunicipal Viseu Dão Lafões e da Iniciativa Nacional Cidades Circulares (InC2) surgem entre as cidades e territórios identificados na publicação The Circular Economy in Cities and Regions of the European Union.
Este trabalho faz uma análise aprofundada das iniciativas, desafios e oportunidades da economia circular e baseia-se num inquérito a 64 cidades e regiões da União Europeia, bem como em várias entrevistas e workshops com peritos e líderes locais e regionais.
Guimarães está em particular destaque entre as cidades portuguesas. O concelho minhoto integra o grupo de referência no cumprimento de todos os parâmetros avaliados, na orientação para estratégia, inovação e parcerias. Além disso, “destaca-se entre as cidades com iniciativas avançadas e orçamento dedicado à economia circular, sendo a única representante portuguesa nesse patamar, através da estratégia RRRCICLO – Economia Circular em Guimarães”, diz um comunicado da autarquia.
O documento revela ainda que “Guimarães obteve a melhor classificação em critérios como modelo exemplar, visão estratégica, mecanismos de coordenação entre diferentes níveis de governação, envolvimento dos stakeholders e a capacidade de disponibilizar ferramentas de apoio à inovação na economia circular”.
Braga é outro dos municípios portugueses referidos no relatório, surgindo como exemplo de boas práticas por ter incorporado a economia circular no Plano de Ação Energia Sustentável e Clima (PAESC). O mesmo acontece com Torres Vedras, cujo Plano de Ação Climática recolheu elementos e inspiração no Plano de Ação para a Economia Circular (PAEC), este a nível nacional. A cidade do Oeste também é elogiada pela opção em alugar uniformes municipais, em detrimento da compra.

O documento lembra ainda que Matosinhos, Valongo e a CIM Viseu Dão Lafões têm participado em parcerias e projetos europeus dedicados à economia circular, e que a Iniciativa Nacional Cidades Circulares (InC2) “apoiou quatro redes de cidades circulares, cada uma composta por oito municípios e estruturada em torno de áreas temáticas fundamentais, com um orçamento de 1,5 milhões euros do Fundo Ambiental”.
A propósito deste relatório, a OCDE enumera várias recomendações no sentido de acelerar a transição para a economia circular, como torná-la acessível e económica para as pessoas; reforçar a sua competitividade; assegurar uma transição circular justa e equilibrada a nível regional; e melhorar a granularidade dos dados para uma melhor tomada de decisões.
Fotografia de destaque (Guimarães): Shutterstock