Caldas da Rainha é, oficialmente, um território acessível. A cidade foi a primeira, a nível nacional, a receber o certificado “Rota Turística Acessível”, pelas mãos do Instituto das Cidades e Vilas com Mobilidade (ICVM), em resultado de uma das propostas mais votadas no Orçamento Participativo de 2015.

O certificado, entregue na última terça-feira, significa que, nas Caldas da Rainha, existe “um percurso de interesse turístico, onde o acesso universal às actividades económicas, sociais, culturais e turísticas está garantido”. Isto é, indivíduos com mobilidade condicionada, seja temporária, seja permanente, encontram no principal percurso turístico da cidade um território que podem percorrer de forma autónoma e segura, esclarece, em comunicado, a câmara municipal. Com o selo, o município vê, também, reconhecido o seu compromisso com as temáticas da mobilidade, acessibilidade e turismo inclusivo.

O compromisso não é apenas da entidade municipal, já que a preocupação com o tema teve como origem uma proposta do Orçamento Participativo (OP) de 2015. “Tendo sido umas das propostas mais votadas do OP2015, revela que os caldenses estão muito sensibilizados para estas matérias, que são da maior importância para o ordenamento do território”, admitiu o munícipe de quem partiu a iniciativa, Bruno Bernardo Santos, durante a cerimónia de entrega do certificado.

A câmara municipal das Caldas da Rainha aponta que o compromisso deste território com o acessibilidade e mobilidade inclusivas tem dado frutos, contribuindo para “um considerável aumento da procura turística, com taxas de ocupação hoteleira acima dos 90%”. O presidente da câmara, Tinta Ferreira, afirma que a autarquia está disposta a continuar a trabalhar neste sentido, avançando que as questões da acessibilidade e da inclusão vão ser tidas em conta nas decisões relativas às intervenções de reabilitação do espaço público da cidade, no âmbito do Plano Estratégico de Desenvolvimento Urbano (PEDU). Ainda assim, Tinta Ferreira mostra-se consciente de que há outras áreas a trabalhar, em particular no que toca à sensibilização das pessoas – “Pouco serve rebaixar passeios, se depois temos lá carros estacionados”, alerta.

O Certificado de Acessibilidade do ICVM tem como propósito criar uma diferenciação positiva e atestar a vantagem comparativa dos titulares do certificado, informando sobre o reconhecimento de mérito de locais ou lugares no que respeita as condições de acessibilidade para pessoas com mobilidade reduzida.