O Boom é um festival bienal de música, ambiente e cultura, que celebra a lua cheia de Agosto e que é regularmente premiado pela forte aposta na sustentabilidade. Os milhares de visitantes de dentro e – sobretudo – de fora do país têm estada marcada em Idanha-a-Nova durante um mínimo de sete noites. Muitos deles não se ficam pelo recinto e visitam o município presidido por Armindo Jacinto, o que tem um impacto importante na vida do concelho e na economia local. Ao som da música, a população desta vila não fica de braços cruzados. Aproveita as oportunidades e envolve-se.

“De uma forma ou de outra”, a população local está sempre “envolvida no evento”, que este ano decorre de 11 a 18 de Agosto. Para além da colaboração da autarquia e demais instituições públicas na organização, também o comércio local tira partido da realização do festival no concelho. Como exemplo disto, Armindo Jacinto refere a prioridade que o Boom dá “à utilização de produtos orgânicos da região, em particular de Idanha-a-Nova, nas suas cantinas”, sendo esta “uma oportunidade de negócio que tem sidoa aproveitada por alguns produtores locais”. Também o impacto “nos sectores da hotelaria, restauração, comércio e serviços é muito substancial, não só no concelho de Idanha-a-Nova”, mas também nos concelhos próximos.

Segundo o presidente da autarquia, o festival é “um dos melhores cartões de visita do concelho”, que, de dois em dois anos, se associa à sua organização, “distinguida mundialmente como modelo de excelência” e “apontada como a mais sustentável do mundo”, com o apoio logístico não só da autarquia, mas também de “outros organismos públicos, desde entidades de saúde a forças de segurança e protecção civil”. Este é um esforço que junta todo um concelho, que lhe dá vida e uma dinâmica única..

Como relata o presidente da autarquia idanhense, a chegada de milhares de pessoas ao concelho é sempre motivo de “grande expectativa e orgulho”, sendo o balanço das consequências da presença, ali, do festival, “francamente positivo”.

A convivência entre as pessoas da terra e os boomers (nome dado aos visitantes do Boom) é, “regra geral, harmoniosa”, “caracteriza-se pelo respeito mútuo” e dá-se um pouco por todo o concelho, nomeadamente na vila mais próxima do recinto, Idanha-a-Nova, e na aldeia histórica de Monsanto, cuja população encontra abrigo nas imponentes e arredondadas formações rochosas desde o paleolítico e que surpreende quem a visita.

Certa é também a concordância total entre organização do festival e autarquia quanto à importância das questões ligadas à sustentabilidade. Embora o Boom Festival possa parecer mais avançado nesta matéria, recorrendo a uma estação de tratamento biológico de água, energia fotovoltaica, técnicas de compostagem e incentivos à deslocação por bicicleta para o festival (e dentro deste), a autarquia de Idanha-a-Nova tem cada vez mais a mostrar nesta área, revendo-se em “tudo o que sejam práticas de mobilidade suave e sustentável”. 

O município pretende estimular a utilização da bicicleta, “seja como meio de transporte seja como actividade turística” e tem promovido, neste aspecto, iniciativas recentes. Prova disso é a “implementação de Centros de BTT e do projecto Bikotel, que funciona em parceria com unidades hoteleiras do concelho” e que pretende dotar estes espaços de infra-estruturas de apoio a quem ali chega de bicicleta: estacionamento seguro, espaços de manutenção e lavagem para velocípedes, assim como refeições especialmente pensadas para ciclistas. Mas não se fica por aqui. Na área da mobilidade suave e turismo sustentável, Armindo Jacinto promete mais novidades, com a continuação do investimento e a “implementação de projectos que, a seu tempo, serão anunciados”.

 

FOTO: ©BOOM 2014 BY LOUTSEU