Depois de analisar 44 cidades da Europa, África e Médio Oriente, o Barómetro das Cidades Inclusivas colocou Lisboa no segundo de quatro escalões de desempenho, o que a deixa entre os 28 centros urbanos mais inclusivos. O relatório, elaborado pela consultora imobiliária Cushman&Wakefield, teve em consideração 110 variáveis de quatro áreas – inclusão económica, social, espacial e ambiental – e, no final, inseriu a capital portuguesa no grupo dos municípios “motores sociais”. Um nível atribuído às “cidades reconhecidas pela força e maturidade na promoção social e inclusividade urbana, mas que continuam a apresentar oportunidades de melhoria”.

Entre os pontos fortes atribuídos a Lisboa destaca-se a “forte inclusão social e económica, impulsionada por uma cultura muito amigável e aberta, e por uma elevada aceitação das comunidades LGBTQ+ [pessoas lésbicas, gays, bissexuais, transgénero, queer e outras] e (i)migrantes”. O trabalho sublinha ainda a grande atratividade urbana e turística, associada à recuperação de edifícios históricos e à revitalização da frente ribeirinha, bem como os elevados níveis de segurança e a baixa taxa de criminalidade.

Já como pontos a melhorar, o barómetro começa por identificar a economia de baixa escala (comparativamente com outras), o que “dá origem a poucas oportunidades e a uma baixa inclusividade económica”. Considera ainda que o envelhecimento da população também pode causar impacto negativo, tal como os baixos níveis de rendimento. Noutra análise, mais quantitativa, Lisboa surge entre as cidades melhores classificadas nos parâmetros do ambiente e da segurança, estando mais distante ao nível da habitação e do emprego.

Lisboa, a única cidade portuguesa considerada no estudo, partilha o segundo nível de desempenho com outros 19 centros urbanos, todos europeus, com uma performance semelhante à de Paris, em França, e de Bruxelas, na Bélgica. Neste lote estão ainda cidades como Londres, Barcelona, Madrid ou Viena.

No melhor escalão, onde aparecem as “cidades maduras”, figuram nove municípios, numa lista liderada por Roterdão (Holanda), Copenhaga (Dinamarca) e Amesterdão (Holanda). Por sua vez, no terceiro nível (ou seja, abaixo de Lisboa) estão centros urbanos como Milão, Roma e Atenas, enquanto o grupo de cidades menos inclusivas inclui, por exemplo, Abu Dhabi, Dubai, Istambul e Lagos (Nigéria), com a capital africana a sobressair no fundo da tabela.

Os autores do barómetro (que não se trata de um ranking) sublinham que cerca de 57% da população vive em áreas urbanas e que esta gera cerca de 80% do PIB global, “o que faz da inclusão um tema importante para quase 5 mil milhões de pessoas e afeta 71 biliões de dólares da economia global”. “As cidades inclusivas aumentam o potencial de desenvolvimento social e económico das pessoas, atraem mais talento e inovação e estimulam o investimento e o crescimento, o que proporciona muitas oportunidades para as organizações e os indivíduos melhorarem o seu estatuto social e económico”, conclui o relatório.

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