No próximo ano, por esta altura, a cidade de Braga já deverá ter em funcionamento um centro de controlo municipal. O anúncio foi feito esta terça-feira por Ricardo Rio, presidente da câmara municipal de Braga, durante o FICIS – Fórum Internacional das Comunidades Inteligentes e Sustentáveis, que decorre esta semana na cidade minhota.

“[O centro] Vai incluir todas as dimensões, desde a gestão de transportes, à gestão de segurança, de trânsito, tudo o que tenha a ver com os vários sensores que pretendemos instalar em vários pontos da cidade”, admitiu o autarca, adiantando que se pretende que “toda a cidade possa ser gerida a partir desse local, com base num quadro de controlo central”.

Para além deste centro de controlo municipal, Ricardo Rio anunciou também a formalização de uma candidatura à iniciativa europeia Urban Innovative Actions para um projecto “piloto de piso inteligente com sensorização incorporada para se ajustar às necessidades dos diferentes tipos de utilizadores, sejam peões, sejam bicicletas ou outro tipo de viaturas”. A solução, que será implementada num troço com um quilómetro de extensão, resulta de uma parceria com a Universidade do Minho, o Laboratório de Nanotecnologia e outros parceiros empresariais. O investimento rondará, segundo o autarca, cinco milhões de euros.

Como forma de contrariar o título de “3ª cidade mais poluída do país”, Braga está também a fazer uma forte aposta na área da mobilidade sustentável. Prova disso, é a submissão de candidatura ao Programa Operacional para a Eficiência no Uso de Recursos, para a aquisição de seis viaturas (autocarros) eléctricas, num investimento na ordem dos 2,5 milhões de euros. Independentemente de esta ser ou não aprovada, o concurso público para a aquisição das viaturas encontra-se já aberto, garante o governante, e há a possibilidade de este número se estender aos 31. “A aquisição das seis é certa, se houver financiamento adicional, face à candidatura que submetemos, poderemos alargar, já na base deste concurso, para as 31”, explicou.

Esta é a terceira vez que Braga recebe o FICIS, este ano, com o mote “PlaceMaking – Fazer Cidade”.  “Braga tem bebido das iniciativas que aqui são apresentadas, das presenças de vários promotores de projectos diferenciadores, para poder concretizar, no contexto da cidade, alguns desses projectos”, refere o autarca, admitindo que várias parcerias, como “por exemplo, entre os Transportes Urbanos [de Braga] e a Bosch, os TUB e a IBM, ou entre a câmara municipal e a Enermeter”, nasceram de desafios lançados no âmbito do evento.

O evento assume já um papel importante para a estratégia seguida pela cidade, mas também para a atracção de investimento. “A componente de criação de uma cidade inteligente não se faz apenas com a acção do próprio município. Nós julgamos que a cidade será tanto mais inteligente quanto [mais] todos os sectores e, nomeadamente, o empresarial se apropriar desses mesmos conceitos. E a verdade é que nós temos tido essa capacidade de trazer para Braga empresas diferenciadoras de todas as áreas de actividade”, concluiu Ricardo Rio.

Depois de três dias de conferências sobre temas como a Tecnologia, Inovação, Economia, Sustentabilidade, Mobilidade, Energia, Saúde, o FICIS termina hoje. Para além das empresas e entidades ligadas aos vários sectores, o evento recebeu ainda a participação de vários presidentes de câmaras municipais, nomeadamente Águeda, Bragança, Barcelos, Guimarães, Vila Nova de Famalicão, Esposende, Amarante, Viseu e Santo Tirso.

Foto: ©CM Braga/FICIS