A Associação POGO Teatro, em co-criação e co-produção com a Associação AQUILO Teatro, inauguram o programa artístico LIBERTY CITY em 11 de Junho de 2019. Patente até 14 de Julho de 2019 no Espaço POGO, a programação contempla criação original de João Timóteo e Vítor Freitas, atravessando os domínios contemporâneos das artes plásticas, visuais e performativas.

             eu, mera personificação digital composta de zeros e uns, se um dia ousasse sonhar,
             sonharia morrer.
             ah! como eu apreciaria a vida até ao ultimo suspiro.

Expandindo-se na globalidade do espaço, a cenografia recorre a variados dispositivos que convocam a tecnologia – projecções de vídeo, som, escultura, fotografia — numa exposição interdisciplinar evocativa de uma cidade fictícia, inspirada no vídeo-jogo Grand Theft Auto IV. O código do jogo é usado enquanto tradução da experiência dos artistas quando adolescentes, ao mesmo tempo que se opõe à virtualidade tanto dos artistas como dos personagens do jogo. Afirmando a ausência destes enquanto adolescentes de um tempo passado, convida o observador do tempo presente e real (ou fictício, simulado) a ocupar o mesmo espaço expositivo e cénico. A exposição é completada por uma série de performances transmitidas online, em direto e de visualização livre.

LIBERTY CITY integra o projecto artístico original Mess Story, que assume o conceito mais amplo de uma estrutura narrativa estruturada na programação de ciclos cronologicamente sequenciais e tematicamente relacionados, cujo fio condutor se apoia e é animado por reflexões diversas sobre a penetração da tecnologia na contemporaneidade. LIBERTY CITY corresponde ao terceiro episódio da obra global Mess Story, que viu o seu início em Novembro de 2018 e é prolongada durante todo o ano de 2019.

 

POGO: Breve historial

Cúmplices na transdisciplinaridade híbrida e camaleónica desde os anos ’90, os membros do POGO fundem valências individuais, complementares mas coesas, na supraunidade POGO. Não apenas como a sua ampliação ou fragmentação, adivinha-se o ímpeto em cruzar e penetrar em saudável confronto artístico as linguagens das artes plásticas, da instalação, do teatro, da imagem projectada, da vídeo-instalação, da música e sonoplastia, da performance e do happening, da literatura, como sedimentação de linguagens desaguando numa transdisciplinaridade consagradora de novos modelos. Supondo um princípio laboratorial de responsabilidade artística no confronto com as novas paisagens expressivas, explora-se a falência do binómio realidade/representação e um paradigma criativo, estético e comunicacional apostado na sua superação, responsável perante o contexto social em que se insere, e aberto a todos os públicos. Igualmente, sobressaem as vertentes de formação técnica, teórica e artística e de desenvolvimento crítico e intelectual, efeito directo de uma ideia impregnada no cerne do colectivo de simbiose entre espaço e comunidade, sempre embalados pela arte. O vasto espólio reunido em dezenas de projectos está registado no livro POGO Um ajuste de contas com o futuro, editado em 2014.

Reforçando 25 anos de um historial consolidado, o Espaço POGO é inaugurado em Novembro de 2018, abrindo decisivamente um novo capítulo no percurso do colectivo. Neste, o POGO cria e programa os seus projectos artísticos e apresenta em continuidade os seus happenings habituais que juntam exposições, performances, concertos, debates, conversas, work in progress, entre outros.

 

O texto acima é da responsabilidade da organização do evento.