Já não é uma tendência, mas sim uma realidade: o quotidiano atual em movimento faz-se através da mobilidade elétrica, uma vez que a descarbonização da economia está ancorada na redução da dependência dos combustíveis fósseis. Este desígnio, que pugna por um globo mais verde, encontra-se em estado avançado um pouco por todo o mundo, mas especialmente nos países pertencentes à OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico) que, nos últimos anos, subscreveram os acordos de implementação propostos pela Agência Internacional de Energia (IEA).
Isto quer dizer que é urgente que Portugal faça o seu percurso e adote as medidas necessárias para transição energética, numa altura em que a temática se eleva como uma oportunidade para o próprio setor automóvel, não só devido à crescente adesão por parte da opinião pública, como também pela conjuntura da própria Comissão Europeia (CE).
Apesar de o número de veículos elétricos em Portugal ter tido um incremento considerável nos últimos anos, segundo dados da Associação Portuguesa do Veículo Elétrico (APVE), Portugal ainda apresenta uma das frotas automóveis mais antigas da União Europeia, sendo muitas destas viaturas bastante nocivas para o meio ambiente.
Porém, para que seja possível a utilização de viaturas elétricas, urge a necessidade de desenvolver uma rede alargada de postos de carregamento para o efeito, pois para existir um verdadeiro incentivo à mobilidade elétrica, não basta criar imposições e restrições de emissões, é fundamental garantir a todas as pessoas o acesso a uma rede tecnologicamente avançada e a preços acessíveis.
É neste contexto que surge a Green Charge, um projeto com um conceito pioneiro em Portugal, disponível para instalar, ao longo dos próximos 5 anos, uma rede de 1.000 postos de carregamento de norte a sul do país, envolvendo todos os distritos do país e não apenas as grandes metrópoles para o efeito.
O projeto, financiado totalmente pela iniciativa privada, irá permitir que seja dado o almejado passo na mobilidade elétrica em Portugal, na medida em que, numa lógica de incentivo, os automobilistas poderão ter uma redução até cerca de 30% na fatura final do carregamento, que se traduz numa componente significativa da mesma. Os postos de carregamento da Green Charge estão equipados com tomadas de tipo 2, obrigatórias a nível europeu por questões de compatibilidade, e estão preparados para que o utilizador possa selecionar livremente o comercializador de eletricidade.
Visto que o custo de instalação das infraestruturas é totalmente realizado pela Green Charge, os municípios poderão, também eles, promover a mobilidade elétrica gratuitamente, oferecendo aos seus munícipes uma alternativa mais económica de carregamento de veículos elétricos. Através dos postos de carregamento da Green Charge, os portugueses terão à sua disposição uma rede alargada de pontos por todo o país, com uma potência de 22 kW, podendo ainda beneficiar de uma poupança na ordem dos 30% na fatura final do carregamento.
A visão da Green Charge é simples: impulsionar e assegurar uma nova era da mobilidade: mais limpa, silenciosa, poupada e socialmente responsável.
As opiniões expressas são da responsabilidade dos autores e não reflectem necessariamente as ideias da revista Smart Cities.
