O Politécnico de Leiria é uma das 15 instituições de ensino superior nacionais que viu a candidatura ao projecto U-Bike aprovada. O objectivo é sensibilizar a população jovem para modos de locomoção mais sustentáveis. Em Leiria vão ser adquiridas 220 bicicletas eléctricas e criadas novas infra-estruturas de apoio a quem pedala para as aulas. Ciclovias, postos de carregamento e parqueamento vão ser apenas algumas das novidades, revela Nuno Mangas, presidente do Instituto Politécnico de Leiria.

 

O que motivou o Instituto Politécnico de Leiria a apresentar uma candidatura ao Projecto U-Bike?

Esta candidatura encontra-se em linha com as iniciativas que o Politécnico de Leiria tem vindo a desenvolver há quase uma década junto da sua comunidade, na promoção de uma cultura de mobilidade mais sustentável para as pessoas e para o meio ambiente. O Politécnico de Leiria identificou no âmbito da operação U-Bike Portugal uma oportunidade para concretizar a sua pretensão de disponibilizar à comunidade académica os veículos capazes de a cativar para uma mudança de hábitos e proporcionar uma transferência de transporte para os chamados modos suaves. Paralelamente, a dimensão que os seus campi têm nos núcleos urbanos em que se inserem, fazem destes polos significativos de atracção e geração de viagens, posicionando-os de forma privilegiada para demonstrar o seu potencial nessas comunidades. A motivação e o sucesso desta candidatura também se alicerçou no interesse e apoio das Comunidades Intermunicipais da Região de Leiria e do Oeste, dos Municípios onde o Politécnico de Leiria está presente – Leiria, Caldas da Rainha, Peniche e Marinha Grande -, e ainda dos Municípios de Óbidos e Alcobaça e nas Agências Regionais de Energia, Enerdura e Oeste Sustentável.

Que acções de promoção ao Projecto U-Bike vão ser levadas a cabo?

No âmbito da Operação U-Bike – Politécnico de Leiria vão existir inúmeras sessões de sensibilização sobre este projecto, para o uso de bicicleta. Será efectuada formação presencial e à distância sobre condução de bicicletas eléctricas, manutenção rápida, alguns cuidados necessários a ter em consideração na utilização de bicicletas, acções sobre a adaptação da bicicleta à fisionomia dos utilizadores e sobre alguns cuidados rodoviários que os utilizadores deverão ter quando circulam de bicicleta.

Quais as responsabilidades do Politécnico na execução do projecto?

O Politécnico de Leiria será o responsável e coordenador da U-Bike – Operação Politécnico de Leiria em consórcio com o Instituto da Mobilidade e dos Transportes, I.P. (IMT). Ao Politécnico de Leiria caberá toda a implementação do projecto, comunicação e articulação local com a comunidade académica, Comunidades Intermunicipais e Municípios. Também será responsável pela monitorização e comunicação de resultados desta Operação. O IMT será responsável pela monitorização e comunicação de resultados do Projecto U-Bike Portugal a nível nacional.

Quais são os hábitos de deslocação dos estudantes de e para o campus do Politécnico?

De acordo com o estudo das respostas ao questionário efetuado à comunidade académica antes da submissão da candidatura, só 1,3% dos inquiridos afirmaram que o seu meio de transporte casa/campus era a bicicleta. Cerca de 62% afirmaram que se deslocam de veículo motorizado, 25% a pé e os restantes de transporte público.

Quais as infra-estruturas actualmente implementadas no Politécnico para quem se desloca de bicicleta?

Para além das ciclovias existentes e das que vão ser construídas/aumentadas pelos Municípios nos seus Planos de Acção e Mobilidade Urbana Sustentável (PAMUS), o Politécnico de Leiria, nos seus campi, dispõe de sistemas de amarração, sistemas de videovigilância e segurança privada.

O que está previsto fazer no âmbito do U-Bike?

Muito pragmaticamente, quando foi necessário decidir entre outros factores, também eles importantes, o que prevaleceu foi sempre o que nos pareceu maximizar as possibilidades de sustentabilidade futura deste projecto, através de um sistema que garanta os seguintes objectivos: Sistema sustentável; Sistema de fácil utilização e atractivo (opção apenas por bicicletas eléctricas); Sistema com reduzida manutenção; Bicicletas atractivas, robustas e com elevada autonomia; Plataforma informática de gestão global da operação, completamente integrada com a parte sensorial das bicicletas; Sistema de gestão de cedência de bicicletas ágil, próximo dos utilizadores e profissional, nomeadamente na relação com os principais atores e utilizadores das bicicletas, os estudantes. Para que estes objectivos possam ser atingidos, iremos adquirir 220 bicicletas eléctricas e o mesmo número de postos de amarração e de carregamento e desenvolver um conjunto vasto de actividades de comunicação, sensibilização, e formação, visando a promoção do uso da bicicleta.

A comunidade estudantil estrangeira, em particular chinesa, parece demonstrar um interesse superior pela mobilidade ciclável, em comparação com os estudantes nacionais. Como pretendem também apelar aos estudantes portugueses?

A procura existe, mas não se confina aos estudantes de origem chinesa. O Politécnico de Leiria tem tentado ao longo dos anos, e à medida da sua disponibilidade financeira, tornar os seus campi mais atractivos também para o uso das bicicletas. Esta candidatura é, com certeza, a oportunidade de dar um salto quantitativo e qualitativo nesta área. De um modo geral, os estudantes de nacionalidade estrangeira apreciam muito este meio de mobilidade.